São Paulo - Com a desistência de Candinho, o novo cordenador técnico da seleção brasileira, Antônio Lopes, vai ter problemas para definir o técnico da seleção para o jogo contra a Colômbia, em 15 de novembro, pelas Eliminatórias Sul-Americanas. Todos os nomes preferidos de Lopes estão com a agenda ocupada pela Copa JH.
O anúncio do futuro treinador da seleção brasileira, previsto inicialmente apenas para a virada do ano, após a JH, terá de ser revisto.
Pelo planejamento da CBF, Candinho comandaria o time brasileiro contra a Colômbia em São Paulo.
"Vou ajudá-lo no que for possível", disse Lopes na sua primeira entrevista coletiva domingo pela manhã, no apart-hotel em que mora em Ipanema, no Rio de Janeiro, ainda sem saber que Candinho não pretende mais continuar na seleção. "Vou conversar com ele", surpreendeu-se Lopes ao ser informado por jornalistas que o já irritado treinador do Corinthians não quer seguir como interino nas Eliminatórias.
Lopes citou Carlos Alberto Parreira, Luiz Felipe Scolari, Oswaldo de Oliveira, Levir Culpi e Carlos Alberto Silva como técnicos em condições para assumir o cargo. Scolari já avisou que não deixa o Cruzeiro até o fim de seu contrato de dois anos com o clube mineiro. O técnico Carlos Alberto Silva também informou que não pretente aceitar um convite da CBF para ser subordinado a Lopes, antes mesmo de a proposta ter sido feita.
"São todos técnicos vitoriosos, que estão dentro dos critérios determinados pela direção da CBF", disse.
De acordo com o coordenador, os requisitos principais são competência, currículo (títulos) e saber trabalhar em equipe. "Já foi o tempo em que apenas uma pessoa decidia tudo. Haverá integração da Comissão Técnica. A responsabilidade será dividida. Vamos trabalhar em harmonia com direitos e deveres."
A CBF encontra dificuldades porque os treinadores preferidos não podem romper agora os compromissos assumidos com os clubes. A intenção de Antônio Lopes é anunciar o novo treinador antes dos demais integrantes da comissão técnica. Em princípio, não existirão mais os cargos de supervisor e psicólogo. "A escolha será feita com calma. Há tempo hábil até o fim do ano", disse.
Antônio Lopes terá como atribuições assessorar, fiscalizar e orientar a comissão técnica. Ele cuidará apenas da seleção principal. "Até o fim do ano vou acumular o Atlético-PR com a CBF." No domingo à noite, ele viajou para Curitiba, onde nesta segunda reassume seu cargo.
Ele acredita que não sofrerá desgaste. "Não vou ficar trabalhando apenas com o treinador. Vou acompanhar o trabalho de cada um, porque já desempenhei todas as funções em comissões técnicas", disse ele, que no entanto, não colocará calção nem chuteiras. "Não vou entrar em campo."
Durante longo período, Lopes trabalhou no Vasco. Questionado se o Vasco sairia fortalecido com a escolha de seu nome para coordenador-técnico, disse que sempre teve bom relacionamento nas equipes por que passou. "No Vasco não foi diferente. Tenho amigos tanto na situação como na oposição, mas sou profissional. Estou na seleção brasileira, vou fazer tudo para a seleção continuar vitoriosa", disse o coordenador, que começou a carreira como auxiliar de preparação física no Vasco em 1974 e passou a técnico do time profissional do Olaria em 1980.