São Paulo - A falta de habilidade de Antônio Lopes, que assumiu o cargo de coordenador técnico da seleção brasileira mas não se deu ao trabalho de ligar para Candinho, o técnico interino, provocou um profundo mal-estar no ex-auxiliar de Wanderley Luxemburgo.
Candinho confirmou domingo, depois da derrota do Corinthians para o Guarani, em Campinas, que está fora da seleção.
"O Antônio Lopes é um grande treinador e pode muito bem dirigir o Brasil contra a Colômbia. Eu não vou."
Com essa declaração, o interino resumiu toda a sua irritação com a falta de consideração de Lopes e da própria CBF. O técnico do Corinthians rompeu o acordo que tinha com Ricardo Teixeira para dirigir a seleção contra a Colômbia, em 15 de novembro, no Morumbi.
"Não tem cabimento uma coisa dessas. Se o Lopes também é treinador e inclusive está voltando a Curitiba para dirigir o Atlético-PR, ele pode muito bem dirigir também a seleção brasileira", desabafou o treinador.
Candinho argumentou que a CBF e o próprio Antônio Lopes têm um prazo de 30 dias para esquematizar a nova comissão técnica e que, por isso, a seleção brasileira não precisaria dele no jogo contra a Colômbia.
Em off, Candinho chegou a admitir até uma certa preocupação em relação à sua reputação em caso de um resultado negativo diante da Colômbia, por trabalhar em um esquema que não seja o seu o de seu antecessor, Wanderley Luxemburgo.
"O melhor que a CBF teria a fazer era nos liberar definitivamente para o Corinthians. Queremos passar ao novo comando da seleção todos os nossos arquivos, fitas, levantamentos que fizemos dos jogadores, a nossa estrutura que tivemos de montar porque não encontramos isso tudo lá (CBF)."
O desabafo de Candinho teve o apoio até do consultor-técnico Valdir Joaquim de Moraes: "Sou obrigado a dar razão ao Candinho. Não custava nada ao Lopes dar um telefonema, até por respeito profissional. Infelizmente, o Lopes já não começou bem."
Outra coisa que desagradou Candinho foi o fato de Lopes ter citado cinco opções - Carlos Alberto Parreira, Levir Culpi, Luiz Felipe Scolari, Oswaldo de Oliveira e Carlos Alberto Silva - para trabalhar sob o seu comando como técnico da seleção a partir de 2001. Se Lopes tem tantas opções para escolher o novo técnico da seleção, Candinho não entende por que não faz isso já. Ou pelo menos na semana que antecede o jogo contra a Colômbia.