Brasília - O líder do PSDB, Aécio Neves, fez questão de indicar para relator da CPI da Nike um deputado sem qualquer ligação com futebol, uma pessoa isenta. O escolhido foi o deputado Silvio Torres (SP), dono do jornal Gazeta do Rio Pardo, na cidade de São José do Rio Pardo, no interior paulista. A sua única relação com o futebol, segundo ele mesmo definiu, é ser torcedor do Corinthians.
Torres comentou que, como qualquer cidadão, não está satisfeito com o futebol brasileiro porque não atravessa um bom momento. O deputado atribuiu esses problemas a causas estruturais. Mas não sabe defini-las. Torres também não tem preferência por um nome para ser o técnico da seleção brasileira.
"Devo estar tão desorientado quanto vocês todos."
Ex-praticante de basquete, Torres tentou fugir de comentar a participação de cartolas como integrantes da CPI da Nike. Ele disse que não tem nada a opor, se eles acham que podem contribuir com a comissão. "O regimento permite, não quero constranger nenhum deles", desconversou, comentando ainda que os deputados saberão distinguir entre o certo e o errado.
Segundo Torres, os deputados saberão evitar a eventuais tentativas de interferência da CBF, federações ou clubes na CPI, que terá hoje a sua primeira reunião ordinária para discutir o roteiro de convocações de depoentes. O presidente da CBF, Ricardo Teixeira, deve ser um dos primeiros.
Torres está ciente de que haverá pressões externas sobre a apuração da CPI.
"Esta Casa é uma Casa de pressão de todos os lados", afirmou. Ele contou que não pediu para ser indicado o relator e a decisão foi do líder do PSDB. Mas diz estar preparado para tratar do tema, que é apaixonante. "Vamos cumprir o papel." O deputado lembra ainda que a CPI tem um fato determinado que é o contrato da Nike com a CBF. Ele ainda não leu o documento, mas admite que a CPI pode investigar outros fatos. (S.S.)