Porto Alegre - A volta do presidente Jarbas Lima ao Internacional, prevista para ontem, poderia servir para acalmar os ânimos entre situação e oposição, mas tudo ficou apenas na esperança. Jarbas Lima encaminhou ontem ao Conselho um comunicado informando que vai mesmo estender por mais 10 dias a sua licença por motivos de saúde.
Há suspeita de que o presidente não tenha condições de retornar ao cargo e por isso se acende a discussão sobre quem presidirá o clube. Segundo o assessor da presidência Luiz César Souto de Moura, que acompanha o caso de Jarbas Lima, o presidente vai se submeter a novos exames médicos.
Afastado de suas atribuições como presidente desde 11 de setembro, Jarbas Lima tem problemas de pressão e tem se mantido afastado das guerras intestinas que irrompem no Inter.
O líder do movimento Inter Grande, Fernando Carvalho exige a volta de Jarbas Lima, por ser o único membro da diretoria com legitimidade para coordenar o clube.
"O presidente é o fiador de uma mudança no estilo de comando, e enquanto não estiver presente não haverá legitimidade na direção", disse Carvalho.
De acordo com os críticos – incluindo até mesmo diretores do conselho – Jarbas Lima é nome alheio às divisões internas, que une correntes. A situação contesta as críticas.
"Quem insinua que os vice-presidentes não têm legitimidade está criticando é a instituição. Esperamos que o presidente volte logo, mas se não voltar respeitaremos o estatuto", disse Eduardo Lacher.
O artigo 27 do Estatuto determina nova eleição em um mês caso o titular renuncie, seja destituído ou morra. Jarbas Lima não deixou o cargo vago, apenas pediu licença por motivos de saúde. O estatuto é omisso no que diz respeito a esse ponto e, teoricamente, o presidente pode ficar até o final do mandato afastado, apenas prorrogando as licenças por motivo de saúde. A atual chapa ainda tem pela frente um ano e seis meses de mandato. Se Jarbas Lima não puder voltar e for levado a renunciar por questões de saúde, o Conselho deve convocar eleição.