Brasília - O presidente da CPI da Nike, deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP), deseja que os deputados financiados pela CBF tenham isenção para exercer sua atividade na comissão. "Espero que eles tenham suficiente independência e espírito crítico para atuar com o decoro que a função parlamentar exige."
Estado - O que a população pode esperar desta CPI?
Aldo Rebelo - Que esclareça definitivamente a natureza do contrato da CBF e a Nike. O que ele significa, quais as conseqüências, não apenas para a CBF como também para as entidades. Se cumprir essa finalidade já deu contribuição importante, mas ela não pode ficar só nisso.
Estado - Quais seriam os outros pontos?
Rebelo - Pode responder também as perguntas que estão na cabeça das pessoas:
por que o futebol, depois deste contrato milionário, não tem uma seleção competitiva, os estádios estão vazios, o calendário é quase criminoso, os clubes encontram-se inviabilizados e os principais jogadores atuam no exterior. A investigação deve traçar o diagnóstico deste drama. E também oferecer alternativas. Examinar o papel do Poder Público. A gestão da CBF é privada, mas o interesse é público e o Estado tem de fiscalizar.
Estado - Alguns deputados podem comprometer a imagem da CPI por serem ligados a clubes?
Rebelo - A imagem da CPI pode ser comprometida pela atuação coletiva dos 25 integrantes. Vai depender deles ou da maioria que desejou essa investigação.
Acho que eles têm a responsabilidade de conduzir os trabalhos de forma a garantir que os objetivos da investigação sejam alcançados.