Rio - Émerson Leão, novo técnico da seleção brasileira,
não é um treinador de muitos títulos. Foi bicampeão da Copa Conmebol dirigindo Atlético-MG e Santos e pentacampeão pernambucano pelo Sport neste ano.
Ele começou sua carreira no próprio Sport em 1987, sucedendo o gaúcho Ernesto
Guedes. Na ocasião, na decisão do Campeonato Pernambucano, ele estava no
banco, e Márcio atuava como goleiro titular. O goleiro saiu logo no início do
primeiro tempo, Leão entrou no gol. Com um gol contra do zagueiro Eraldo,
depois de um cruzamento da esquerda de Sérgio China, o Tricolor do Arruda acabou
levantando a taça.
Apesar de ter ganho o módulo amarelo em 87, que depois acabou se
transformando no título brasileiro por decisão da CBF, Leão se sentia em
dívida com o Sport, clube que o lançou como treinador. Ele só se sentiu recompensado pela conquista do pentacampeonato pernambucano, um título inédito para o clube da Ilha do Retiro.
"Foi aqui que dei os primeiros passos como técnico e pude retribuir com o
pentacampeonato entrando, definitivamente, para a história do clube.
Sinto-me em casa no Sport e estou muito feliz com o título", disse.
Depois de ter treinado grandes equipes do futebol como Palmeiras, Grêmio,
Atlético-MG, Atlético-PR, Coritiba, Internacional e Santos, além de ter passado
quatro anos no futebol japonês, onde comandou o Verdy Kawasaki e o Shimiso,
Leão, que se destacou como goleiro da seleção brasileira nas décadas de 70 e 80, mudou em relação à primeira passagem pelo clube pernambucano.
Segundo o depoimento de um antigo freqüentador do Sport, a vaidade e o ar arrogante continuam os mesmos, mas agora, bem mais experiente que há 13 anos, ele incorporou o estilo paizão e conseguiu unir o grupo. Com conversas particulares com jogadores como Leonardo, Adriano, Sangaletti e Sandro Blum, Leão conseguiu tirar o máximo de todos eles.
O respeito aos adversários também é uma marca do técnico rubro-negro. Ele
procura nunca menosprezar nenhuma das equipes que enfrentou na briga pelo
terceiro turno e pelo título.