Rio - O coordenador-técnico Antônio Lopes não recuou em suas declarações a respeito da importância de Romário na seleção brasileira, mesmo depois de o novo treinador da equipe, Leão, não confirmar a presença do atacante do Vasco no grupo e declarar-se independente para fazer as convocações. "O que eu disse eu reafirmo: o Romário é presença permanente na seleção", disse Lopes, pouco antes de conceder entrevista para o programa "Sem Censura", da TVE, nesta sexta-feira, no centro do Rio.
Antônio Lopes assegurou ainda que Romário era o único jogador confirmado para a partida do dia 15, contra a Colômbia, em São Paulo, pelas Eliminatórias do Copa de 2002, contrariando Leão. "O Romário vai estar em campo." Minutos depois, apesar da ênfase na entrevista, tentou contemporizar, ao notar que seus comentários estavam causando polêmica. "Não estou escalando, apenas dando uma opinião."
A contradição nem pôde se caracterizar. Mais uma vez questionado sobre o assunto, Lopes voltou a manter a posição inicial. "O Romário é garantido em tudo que é lista de seleção."
Ainda sobre sua relação com Leão, o coordenador deixou claro que pretende repetir na seleção o sucesso da dupla campeã do mundo em 1994. "Vou ser para o Leão o que o Zagallo foi para o Parreira." Para Lopes, o novo técnico da seleção amadureceu muito nos últimos anos. "A personalidade dele não me assusta."
Na TVE, Lopes tentou demonstrar tranqüilidade, respondeu a várias perguntas sobre a contratação de Leão e reagiu de modo diferente a cada comentário dos telespectadores sobre o novo treinador. Quando as críticas eram mais contundentes pela escolha, o coordenador abaixava a cabeça e não se manifestava. Aos elogios a Leão, ele sorria e parecia se expandir na cadeira.
Lopes também deixou claro que Romário e Edmundo poderão voltar a atuar juntos na seleção. "Essa possibilidade existe sim, é claro." Ele disse que a função de coordenador não é uma novidade em sua vida. Como delegado, salientou, chefiou grupos de 50, 100 policiais. "Tenho experiência como comandante."
Lopes passará o fim de semana no Rio e só deve retornar a Curitiba na segunda-feira, para continuar treinando o Atlético-PR. Ele informou ainda que Leão deverá ter residência fixa no Rio a partir de 2001 e precisará conversar por telefone com o técnico várias vezes por dia.
Mudanças - Lopes descartou a hipótese de a comissão técnica contratar um psicólogo, como ocorreu até o mês passado, quando Suzy Fleury respondia pela área na equipe de Wanderley Luxemburgo. "O treinador tem de funcionar como psicólogo, orientador e professor." Ele disse que José Luis Runco vai passar a chefiar a equipe médica da seleção.