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Empresas ainda botam fé no futebol brasileiro
Terça-feira, 24 Outubro de 2000, 01h30

São Paulo - Com exceção do líder Cruzeiro e do Vasco, que têm apoio da Hicks Muse Tate & Furst (HMTF) e do Nations Bank, respectivamente, os outros times que contam com ajuda financeira de grandes corporações internacionais estão tendo desempenho muito fraco na Copa João Havelange. Apesar disso - e dos prejuízos resultantes -, as empresas mantêm o otimismo e fazem planos a longo prazo.

O Corinthians, atual bicampeão brasileiro, é o maior exemplo de fracasso. Embora tenha uma das maiores folhas de pagamento do País, garantida pelo fundo da HMTF, o time ostenta a 23ª colocação entre 25 participantes e tem tido prejuízos.

O Flamengo e o Grêmio, que têm acordos com a gigante suíça International Sports Leisure (ISL), também estariam hoje fora da próxima fase da Copa João Havelange. O Flamengo, que trocou o técnico Carlinhos por Zagallo, ocupa o 16º lugar, com 23 pontos em 18 jogos. O Grêmio, com o mesmo número de partidas, tem 24 pontos e está na 14ª posição.

Os maus resultados de times populares, somados a outros problemas - a má campanha da seleção na Olimpíada de Sydney; escândalos e denúncias envolvendo o técnico Wanderley Luxemburgo; a instalação das Comissões Parlamentares de Inquérito da Nike, na Câmara dos Deputados, e do Futebol, no Senado; a virada de mesa causada por decisões judiciais no Campeonato Brasileiro; mudanças na legislação esportiva; e o fracasso de público da Copa João Havelange - seriam bons motivos para assustar investidores.

A força do futebol, apesar da crise de organização e credibilidade, vem da paixão da torcida e do potencial de crescimento do esporte no País. Segundo estimativas de especialistas em marketing, a modalidade movimenta US$ 100 bilhões por ano no mundo. O Brasil, mesmo com quatro Copas do Mundo, está ainda longe da profissionalização apresentada na Itália ou na Inglaterra.

Apesar dos problemas, muitos decorrentes da fragilidade econômica do país - o que explica o êxodo de craques para o exterior -, o Brasil tem exemplos de sucesso como a co-gestão Palmeiras-Parmalat, que termina no fim do ano.

O Estado de S. Paulo


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