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Patrocinadores torcem por rigor nas CPIs
Terça-feira, 24 Outubro de 2000, 01h47

São Paulo - A instalação das Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) da Nike, na Câmara, e do Futebol, no Senado, que poderia desestabilizar o esporte, está sendo encarada por empresários como uma solução importante para o futuro da modalidade.

"Torço muito para que a CPI ajude a moralizar o futebol", afirma o vice-presidente da Pan American Sports, empresa ligada a Hicks Muse Tate & Furst (HMTF), parceira do Corinthians e do Cruzeiro, José Roberto Guimarães.

"O fator que inicialmente causaria instabilidade como um todo pode ser, na verdade, uma saída para acertar muita coisa."

O empresário J. Hawilla, comandante da Traffic, a maior agência de marketing esportivo do País, também acredita nos efeitos positivos das CPIs. "Se bem conduzidas, as investigações podem acabar com as suspeitas de ilegalidades, com qualquer situação que pareça nebulosa ou dúbia", comenta Hawilla, responsável pela intermediação do contrato de dez anos num total de US$ 220 milhões entre a indústria de material esportivo Nike e a CBF. "Com tudo apurado, tenho certeza de que o futebol voltará a ser forte, um bom negócio, superando esta fase ruim."

O presidente da ISL Brasil, Wesley Cardia, prefere não falar sobre as CPIs, mas faz questão de se colocar à disposição dos parlamentares. "Estou pronto para ajudar nas discussões", diz o empresário, que defende a modernização do esporte. "O futebol brasileiro está dez anos atrasado em relação ao inglês, por exemplo."

Zé Roberto lembra que o Campeonato Brasileiro precisa recuperar a importância que tinha. "Depois da virada de mesa e da criação da Copa João Havelange, a coisa ficou mais complicada", comenta o vice-presidente da Pan American Sports. "O torneio tem de ter acesso e descenso, motivação."

O diretor-executivo da HMTF, o norte-americano Richard Dick Law, lamenta os problemas ocorridos na Copa João Havelange, competição que não despertou o interesse dos torcedores. "A estrutura está ruim e precisa ser melhorada", entende o empresário. "As constantes mudanças de tabela são inaceitáveis."



O Estado de S. Paulo


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