Belo Horizonte - O auxiliar-técnico do Atlético-MG, Valdonedo Xavier, substituto interino do demitido Carlos Alberto Parreira, tenta repetir a partir do jogo desta quarta-feira à noite contra o Gama, em Brasília, pela Copa João Havelange, a proeza de Humberto Ramos no comando do time, no Brasileiro do ano passado. Ramos, que era diretor de futebol, assumiu de improviso o cargo de treinador, já na reta final do campeonato, em lugar do demitido Dario Pereyra.
Com cinco vitórias seguidas, ele conseguiu levar o Alvinegro, desacreditado até pelos torcedores, à final da competição, perdida para o Corinthians. Xavier tem desafio parecido. Assim como Ramos, ele recebeu uma espécie de mandato tampão à frente da equipe, 17ª colocada na Copa JH, com 23 pontos, e que corre sério risco de não se classificar à próxima fase. Os dirigentes buscam um técnico famoso para o lugar de Parreira - nessa terça-feira, falava-se em Wanderley Luxemburgo, Walmir Loruz, Oswaldo Alvarez, Flávio Lopes e Paulo César Carpegianni. Mas admitem a possibilidade de manter Xavier. "Pode ser que ele venha a conseguir bons resultados e continue no comando", disse o diretor de futebol Eduardo Maluf.
O auxiliar, que já havia trabalhado como técnico atleticano entre a saída de Márcio Araújo, campeão mineiro, e a vinda de Parreira, acha que tem condições de permanecer na função. "Já trabalhei com 12 ou treinadores e não vejo mistério", afirmou. Xavier iniciou nesta terça-feira a preparação da equipe para enfrentar o Gama. Ele não poderá contar apenas com um jogador, em relação ao elenco que empatou por 2 a 2 com o Grêmio, no fim de semana: o apoiador Caíco, suspenso. Lincoln será escalado, formando o setor com Ramon e os volantes Gallo ou Valdir e Cleisson.
Os zagueiros Márcio e Cláudio Caçapa continuam contundidos e serão substituídos por Cápria e Célio Silva. Para o atacante Guilherme, que forma a dupla de atacantes com Marques, o momento é de união do grupo em torno de um único objetivo. "Temos que vencer o Gama, o São Paulo, no fim de semana, e o Sport, na seqüência, senão estamos fora", disse. "Os jogadores que estão dando 80% do que podem agora têm que dar agora 100% e correr muito, não há outra saída", acrescentou. Guilherme referia-se a acusações surgidas entre atletas do Alvinegro, de que uns não estariam mostrando o mesmo empenho que outros em campo.