Brasília - Depois da confusão envolvendo dois de seus membros, Eurico Miranda (PPB-RJ) e Darcísio Perondi (PMDB-RS), que tiveram ajuda da CBF em suas campanhas, a CPI da Câmara continua tropeçando nas próprias pernas. Um dos requerimentos aprovados na última reunião terá de ser refeito, porque ficou genérico demais.
O pedido 26/00, do deputado Ronaldo Vasconcellos (PL-MG), solicitava ao Banco Central (BC) informações sobre todas as transferências de jogadores profissionais nos últimos quatro anos. Após uma reunião, nesta quarta-feira, com técnicos do BC, o presidente da CPI, Aldo Rebelo (PC do B-SP), e o relator Silvio Torres (PSDB-SP) ficaram convencidos de que o requerimento deve ser mais específico.
"Vamos refazer esse requerimento na próxima sessão", afirmou Rebelo. "É preciso determinar o universo, identificando o jogador e o clube, se não teremos uma montanha de documentos que tornará nosso trabalho inviável." No caso dos jogadores, por exemplo, o BC solicitou que o requerimento citasse o nome completo e o CIC do atleta para facilitar a busca.
De acordo com as explicações fornecidas aos deputados, o BC não possui, por exemplo, o extrato de nenhuma conta de pessoa física ou jurídica. "Eles precisam solicitar esses dados à rede bancária, mas para isso é necessário que tenham as informações completas", observou Rebelo.
No caso das transferências, os técnicos lembraram aos membros da CPI que o universo poderia ser de mais de 800 clubes. "Soube que só com o nome Flamengo há 40 times no Brasil", espantou-se Silvio Torres. Assim, o presidente e o relator concordaram em delimitar o número de clubes investigados. "Acho que se nos concentrarmos nos clubes da Primeira e Segunda Divisão teremos aí um universo de 50 times, o que é bastante razoável para uma amostragem", sugere Rebelo.
Apesar do contratempo, o presidente da CPI não acredita que isso vá atrasar os trabalhos. "Ao contrário, esse procedimento nos dará mais agilidade", ponderou. Para não correr mais riscos, Rebelo vai pedir aos membros da CPI que sejam específicos nos seus pedidos e também contará com um assessor do BC nas próximas sessões. "Isso evitará requerimentos imprecisos e outros que gerem informações desnecessárias", diz o presidente.