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Advogado de Luxemburgo critica quebra de sigilo
Quarta-feira, 25 Outubro de 2000, 20h23
Atualizada: Quarta-feira, 25 Outubro de 2000, 20h23

São Paulo - Para o advogado de Wanderley Luxemburgo, Marcos Malucelli, a quebra do sigilo bancário do ex-treinador da seleção, pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado, é uma "redundância”. Na opinião de Malucelli, todos os documentos sobre as contas de Luxemburgo já estão em poder da Justiça Federal, no Rio e, em uma nova abertura da movimentação bancária, viriam à tona as mesmas informações.

"Seria mais fácil para os senadores pedirem para a Justiça enviar os documentos que ela já tem," observou o advogado.

Malucelli voltou a dar explicações sobre a suspeita de que Luxemburgo não teria declarado R$ 1,120 milhão que entrou em suas contas bancárias, conforme reportagem da revista Veja. Segundo o advogado, tudo se originou de uma transferência entre contas para aplicação no valor de R$ 420 mil.

Essa transferência dividiu-se, posteriormente, em outras duas, feitas em momentos diferentes, nos valores de R$ 300 mil e 400 mil (R$ 20 mil ficaram na conta). O advogado baseia-se na tese de que a somatória das transferências é que chega ao valor citado pela revista.

Para Malucelli, Luxemburgo errou ao não justificar à Receita o ingresso e as transferências da quantia, originária, segundo o advogado, de seu salário no Palmeiras. "Ele tinha renda suficiente para adquirir estes R$ 420 mil."

Com relação à idade do treinador, que admitiu a possibilidade de ter três anos a mais do que está registrado em sua certidão de nascimento, Malucelli confirmou que a certidão foi feita em 1967. "O pai dele entregou-lhe quando ele tinha 12 ou 15 anos."

Ele negou-se a comentar a possibilidade de Luxemburgo ter ludibriado os clubes nos quais atuou como jogador. No Flamengo, acreditava-se que ele havia nascido em 1955, quando o técnico sabia, por meio de sua família, que seu ano de nascimento era 1952.

Neste caso, mesmo ciente da situação, Luxemburgo não teria alertado o clube. "Não julgo valores, e isto ocorreu há quase 30 anos, quando eu nem o conhecia" comentou o advogado.

Agência Estado


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