São Paulo - Um juiz conselheiro do Tribunal de Contas do Estado é o novo homem-forte do futebol no Corinthians: Roque Citadini, de 50 anos, foi apresentado nesta sexta-feira aos jogadores como o vice-presidente de futebol do clube.
Ele será o braço direito do presidente Alberto Dualib. Seu auxiliar será Carlos Nujud, que continuará no cargo de diretor.
Um dos objetivos do dirigente é lutar para que o Corinthians não fique fora do segundo Mundial de Clubes, em 2001, na Espanha. "Vamos nos empenhar na luta, porque é um direito legítimo a participação do campeão", declarou.
A primeira ação de Citadini foi acabar com a insubordinação do zagueiro João Carlos. O novo dirigente do Corinthians, que defende a extinção da gratificação ("bicho") por vitória ou empate, preferindo dar o prêmio aos jogadores pela classificação durante a competição, avisa que tem a fala mansa, mas o pulso firme. "Não preciso me impor com gritos, porque não vim aqui para vender melancia. Em menos de vinte minutos resolvi o problema do João Carlos", disse Citadini, que não se considera um linha-dura.
"Vou exigir profissionalismo, porque da mesma forma que o clube cumpre com suas obrigações, os atletas tem de corresponder com as obrigações deles."
Ex-presidente da Comgás e nomeado conselheiro do TC pelo ex-governador Orestes Quercia, Citadini avisa que não vai tolerar atraso de jogadores nos treinos e até o comportamento dos atletas em campo serão analisados pelo dirigente, como expulsões seguidas. "Aguardem que vocês irão ver logo as mudanças", disse o dirigente, que, no entanto, não confirmou a possível lista de dispensa que estaria sendo preparada e seria executada após a participação do time na Copa João Havelange.
Quanto ao Mundial, o dirigente afirmou que o clube vai lutar até o último momento para garantir a participação do Corinthians na Espanha. "Não estamos fora, assim como não há ninguém dentro. Por enquanto, há convites apalavrados", disse o dirigente.
"No início do ano, a Fifa também deu como certa nossa participação no segundo Mundial pelo título que conquistamos", afirmou. "Seria a primeira vez em uma competição oficial da Fifa que o último campeão não participaria; isso realmente é uma incoerência."