São Paulo - Quando pagou US$ 35 milhões para tirá-lo da Fiorentina, a Roma estava fazendo uma caríssima aposta num dos melhores atacantes do mundo, senão o melhor, para conquistar o scudetto dessa temporada 2000-2001.
Quando aceitou pagar-lhe US$ 6 milhões por ano, dos três anos de contrato, foi para dar satisfação a seus torcedores, obrigados a ver a Lazio, grande rival na cidade, conquistar o último Campeonato Italiano. Por enquanto, a contratação de Batistuta está dando certo.
A Roma ganhou os três jogos até agora, cada um deles com um gol desse atacante de 31 anos. O último foi no domingo, nos 3 a 1 sobre o Vicenza, que colocou o time na liderança isolada, o que não alcançava há seis anos.
Diagnóstico do técnico Fabio Capello: “Esse time está amadurecendo e tem gana de marcar gols porque Batistuta está lá, motivando com sua força e caráter.” Ele é o artilheiro da liga, com três gols, ao lado de seu companheiro de equipe Totti, de Muzzi (Udinese) e Shevchenko (Milan). É o começo. Nas nove temporadas em que defendeu a Fiorentina, marcou 152 gols. Agora, já tem 155. E está bem próximo de Roberto Baggio, maior artilheiro da história do calcio, com 160 gols, que atualmente joga no fraco Brescia.
Metade do time A legião argentina que joga na Lazio (Verón, Simeone, Crespo e Claudio López) tem sido criticada por falta de humildade e forma física precária, por causa das viagens e do excesso de jogos com a Seleção Argentina, além de nervosismo e dificuldades para absorver as mudanças táticas do técnico Sven Eriksson.
“Se eles jogam mal, a Lazio vai mal, já que são metade da equipe”, admitiu o presidente do clube, Sergio Cragnotti, após a derrota do último fim de semana para o modesto Verona: 2 a 0. “Ai, esses argentinos”, publicou o diário romano La Repubblica.
Na concorrência, sobram elogios tanto para Batistuta como para o zagueiro Walter Samuel, também argentino. “Batigol” negou recentemente que tenha problemas de relacionamento com os compatriotas da Lazio: “Não existem os problemas dos quais tanto se tem falado. O que existe é uma diferença de geração. Não somos amigos, mas nos unimos quando jogamos pela Argentina.”
Sobre o segredo para marcar tantos gols durante tantos anos, Batistuta diz o seguinte: “Basta estar concentradíssimo, com a mesma atenção de quando eu saía para pescar no Rio Paraná, perto da minha cidade natal, Reconquista.” Menos original é seu comentário sobre a admiração que provoca nas mulheres argentinas: “Só me interessa o que pensa minha mulher Irina.”