São Paulo - Na prova em que o cavaleiro Rodrigo Pessoa e o cavalo “Baloubet” eram os favoritos na competição mais importante da temporada – os Jogos Olímpicos de Sydney –, deu Holanda no pódio com os conjuntos Jeroen Dubbeldam/“De Sjiem” e Albert Voorn/“Lando”, ouro e prata olímpicas.
E quais são as repercussões, um mês depois? Foi bom para os cavalos da Holanda, valorizados. Os criadores holandeses comemoram o sucesso olímpico e trabalham para ampliar seu mercado mundial de cavalos do hipismo, inclusive no Brasil. E vieram para o Visa Indoor, em São Paulo, que termina neste domingo, na Hípica.
O holandês Wiepke van de Lageweg, proprietário do VDL Stud, uma grande criação na cidade de Beers, está no Visa Indoor, concurso realizado na Sociedade Hípica Paulista, em São Paulo, para conhecer o mercado nacional. E abrir espaço para os cavalos de saltos da Holanda, valorizados com as medalhas olímpicas. “É muito bom que as pessoas saibam mais sobre os nossos cavalos”, disse Van de Ligeweg.
O marketing do VDL – que tem 500 animais, sendo 45 garanhões e vende anualmente 3.700 coberturas (sêmen) – é bom. “Somos os criadores do avô (‘Nimmerdor’) e do pai (‘Aram’) do ‘Sjiem’, o cavalo que ganhou a Olimpíada”, afirma van de Lageweg, acrescentando que a raça Sela Holandesa tem mostrado qualidade por adotar o choque genético – aceita garanhões Holsteiner, Sela Francesa, Puro Sangue Inglês etc e ainda mescla raças.
O pecuarista Gustavo Wagner Ribeiro, de Belo Horizonte, está trabalhando para colocar o cavalo holandês à disposição do hipismo brasileiro. Adquiriu, em sociedade com o cavaleiro Romeu Ferreira Leite, o garanhão “VDL Norway”, em um lote de nove animais da raça sela holandesa.
A França tem uma criação de 30 mil cavalos por ano – “Baloubet”, de Rodrigo Pessoa, é Sela Francesa. A Holanda produz cerca de 15 mil. “Comparativamente, considerando resultados e criação, o obtido pela Holanda é mais positivo”, afirma Gustavo.