Comandar a seleção brasileira, além dos problemas inerentes ao cargo, pode causar ainda mais confusão na vida de um técnico. Mário Jorge Lobo Zagallo e Wanderley Luxemburgo, últimos comandantes do futebol brasileiro, devem ser convocados a depor na CPI da Câmara dos Deputados, que investiga supostas irregularidades no contrato entra a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e a Nike, empresa de material esportivo que patrocina a equipe nacional.
Segundo o deputado federal Aldo Rebelo (PCdoB-SP), presidente da CPI, os dois técnicos fizeram tentativas para impedir a abertura das investigações e devem prestar esclarecimentos.
“Ambos os ex-treinadores escreveram cartas aos deputados federais, inclusive a mim, pedindo que a CPI não fosse instalada. Os comunicados enviados por eles diziam que não havia irregularidades no contrato entre a CBF e a Nike e, por isso, as investigações seriam desnecessárias”, disse Aldo Rebelo, que aponta outro motivo para o pedido.
Eles foram os técnicos que já trabalharam durante a vigência do contrato investigado. Na Gávea, na tarde de segunda-feira, Zagallo recebeu com naturalidade a possibilidade de convocação para depor na CPI da Câmara. O técnico do Flamengo até brincou com o futuro depoimento.
“Não será nenhuma novidade ser convocado. Já fui convocado várias vezes para a seleção brasileira”, disse brincou o Velho Lobo, completando com ironias “C P e I? Prefiro Jorginho, Leandro e Rocha.”
A aprovação das convocações deve acontecer na quarta-feira, quando os deputados voltam aos trabalhos abertos. Em uma reunião reservada, nesta terça, os membros da CPI vão estudar outras convocações e traçar as estratégias para quebrar os sigilos fiscais de pessoas ligadas ao futebol. O nome de Ricardo Teixeira, presidente da CBF, já foi aprovado para ser interrogado na Câmara dos Deputados.