São Paulo - O brasileiro Gustavo Kuerten volta a jogar só na quinta-feira pelo Masters Series de Stuttgart. Ele pega o vencedor do confronto entre o francês Sébastien Grosjean e o equatoriano Nicolas Lapentti, marcado para esta quarta-feira. Veja a íntegra da entrevista de Guga, na terça-feira, depois do jogo contra Nicolas Escudé, que o brasileiro venceu por 2 sets a 0, com 7/6 (10/8) e 7/6 (7/1):
Pergunta – Você tinha perdido algumas vezes para o Escudé. O que você fez melhor hoje?
Guga – Todos os nossos jogos foram duros, mas acredito que agora eu esteja jogando melhor do que nunca e estava mais preparado. O jogo foi superduro e eu poderia ter perdido também. O primeiro set foi bem difícil, mas saquei bem e estava confiante.
P – Quanto tempo você ficou fora do circuito depois de Tóquio?
Guga – Quase duas semanas. Praticamente durante o ano todo eu não tive esse tempo para me preparar fisicamente, me recuperar. Foi muito importante para mim. As próximas quatro, cinco semanas serão muito importantes e precisava desse tempo. Joguei uma exibição no Brasil, me ajudou a pegar ritmo e treinei duro. Me sinto muito mais forte agora.
P – Nos últimos dois anos você melhorou muito seu jogo na quadra rápida. Seu jogo está bem mais completo. Como você chegou lá?
Guga – Acho que o mais difícil é que antes de começar a disputar o circuito eu não tinha jogado muito em quadra rápida, sempre joguei no saibro, então precisava fazer jogos. Com certeza meu jogo cresceu muito nos últimos anos e fui ganhando jogos, jogando de maneira mais inteligente e não me deixava abater quando um cara dava um monte de aces ou quando perdia alguns pontos. Segui jogando e treinando, foi assim. Mas a principal diferença é a maneira como encaro as partidas agora. Vejo tudo bem mais claro agora, vejo como tenho que jogar e isso muda o resultado no final.
P – O que você está achando das condições de jogo aqui? Rápida? As bolas estão pesadas?
Guga – Não estão rápidas. As bolas estão bem pesadas, mas quando você joga indoor é sempre assim. Você vê no máximo duas ou três trocas de bola. Você tem que tomar decisões rápidas e ir para os seus golpes com convicção.
P – Qual é a próxima grande coisa que você quer conquistar?
Guga – Meu próximo objetivo é terminar o ano como número um. Acho que tenho chance e estou perto disso. Preciso jogar bem esses torneios e ir crescendo com os jogos. Estou bem preparado e esse talvez seja um dos maiores objetivos que já coloquei na minha carreira.
P – Qual seria a importância disso?
Guga – Talvez a maior coisa a conquistar para mim. Nunca esperei chegar onde estou hoje. Às vezes nem consigo me ver como o número um no final do ano, mas vou ficar tentando.
P – Você se consideraria favorito?
Guga – Acho que entre o Safin, o Norman e eu não há favoritos. Acho que se o Sampras estivesse jogando aqui ele estaria um pouco a frente da gente. Talvez por ele estar jogando um só torneio nós tenhamos mais chances. Nós podemos surpeendê-lo com bons resultados nesses campeonatos.
P – O fato do Masters ser disputado em um país de língua portuguesa é especial para você?
Guga – É legal. Vou me sentir mais perto do meu país, das pessoas, do público. Vou me sentir bem mais à vontade. É duro para mim ter que estar viajando o tempo todo, para países diferentes, que não falam a minha língua. Pude curtir uma semana em casa, jogando uma exibição e agora vou jogar em Portugal. Gostaria de ter mais oportunidades como esta.