Rio - Um dos empresários que teve o seu sigilo bancário quebrado, Léo Rabello, pediu que a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Futebol investigue também os responsáveis por negociações de jogadores que atuam no futebol brasileiro sem credenciamento da Fifa. A relação de 20 nomes divulgada pelos parlamentares inclui apenas os que agem de forma legal.
Segundo Rabello, existem cerca de 300 empresários no Brasil em situação irregular.
"As maiores transações recentes no País foram feitas por agentes que não têm credenciamento", disse. "Não vou citar nomes, mas esses empresários estão atuando sem nenhuma fiscalização", explicou, acrescentando que, dos 300 nesta situação, cerca de 50 participam de várias negociações.
A Fifa não permite a atuação de empresários que não estejam filiados a entidade. Na Inglaterra, onde jogam menos jogadores do que no Brasil, existem 200 agentes credenciados. Embora a legalização dos empresários brasileiros tenha começado há cinco anos, apenas 19 possuem a licença oficial (o empresário Luis Viana, que não possui a licença, também terá o sigilo bancário quebrado).
Este número, para Rabello, pode diminuir ainda mais com a medida da CPI do Futebol, pois os empresários podem temer ter a vida devassada. "Vai incentivar a pirataria", garantiu. Explicou que convenceu vários colegas a pedir o credenciamento. "Acredito que entre os legalizados não deve ser encontrado nenhum problema."
Os empresários irregulares, segundo Rabello, são os resposáveis pelo aliciamento de jogadores jovens para atuar no exterior. "Isto é outra coisa que precisa ser investigada pela CPI", lembrou, classificando de absurda a transferência de atletas ainda amadores. Apesar das críticas, o empresário apoia as investigações, "se forem para o bem do futebol".