São Paulo - Variação tática. Este é o saldo positivo da conquista do Campeonato Paulista Feminino de Vôlei, na opinião do técnico do MRV/São Bernardo, William Carvalho. Na noite de terça-feira, o time mineiro derrotou o Blue Life/Pinheiros por 3 a 1, com parciais de 20/25, 25/20, 29/27 e 25/17, e pela primeira vez em quatro oportunidades levantou a taça do estadual mais disputado no Brasil.
O consagrado levantador da seleção brasileira, medalha de prata na Olimpíada de Los Angeles, em 1984 - como jogador conquistou 12 títulos paulistas, sendo 9 deles consecutivos com a Pirelli -, preferiu destacar o fato de poder mudar seu time sem perder o potencial de ataque, bloqueio ou defesa em vez da importante conquista pessoal, também a primeira da carreira como técnico.
"O título é importante, me sinto bem, realizado, mas gostei mesmo de ter comprovado que posso contar com todas as jogadoras do meu time para o que der e vier", declarou o treinador, o mais cotado para substituir Bernardinho no comando da seleção brasileira feminina, caso este resolva assumir o time masculino. E se recebesse o convite hoje para substituir Bernardinho? "Analisaria a proposta de trabalho", responde com tranqüilidade. "Mas que seria um belo desafio, seria, porque o público se acostumou a ver os títulos de Bernardinho e o trabalho iria mudar um pouco de cara."
Enquanto a seleção não vem, William, campeão sul-americano com o Minas em 1999 e brasileiro com a Uniban/São Bernardo em 1998/1999, prepara-se para a disputa da Superliga. "Vai ser um torneio muito disputado e a melhor forma de vencer partida por partida será confundir o adversário, fazendo mudanças táticas."
O treinador lembra que durante o Paulista não pôde contar com a levantadora Fofão e as centrais Karin e Kelly, todas servindo à seleção. Assim, foi obrigado a descobrir novas caras para seu time. "Este é o maior desafio do treinador e estou achando fantástica esta experiência."