Brasília - A data para o depoimento do presidente da Federação Paulista de Futebol (FPF), Eduardo José Farah, na CPI da Nike ainda não está marcada. Mas o deputado Pedro Celso (PT-DF) quer que ele seja convocado como testemunha e não um simples informante para evitar a repetição do que ocorreu na sessão em que se ouviu o ex-presidente da Fifa, João Havelange.
O dirigente afirmou que nunca havia lido o contrato da CBF com a Nike e não acrescentou qualquer informação sobre o assunto. "Havelange fez o que quis, sem compromisso", afirmou o deputado, que considerou o comportamento dele um desrespeito à CPI. Mas coincidentemente foi também Pedro Celso o autor das perguntas mais desconcertantes citando suposto envolvimento do ex-presidente Havelange com ditadores militares e até tráfico de armas.
Pedro Celso acredita que, somente sob juramento, José Farah, o presidente de uma das maiores federações de futebol, não adotará a mesma tática de Havelange. O deputado também comentou ter estranhado o anúncio feito por Farah de que deixará o cargo em dezembro e transformará a federação em uma Liga Paulista. "Se está tentando algum tipo de manobra para desviar a atenção da CPI, é tolice", criticou.
O deputado petista é um dos dois membros da CPI com viagem marcada a Portugal para investigar o caso dos passaportes falsos. Jogadores brasileiros, entre outros, estão entrando na Europa com passaportes portugueses para serem considerados como integrantes da Comunidade Européia. Com isso, eles fogem da cota de jogadores estrangeiros que cada clube europeu pode manter em seu time.
Pedro Celso quer encontrar-se em Portugal com os dois mineiros que estariam presos acusados de roubarem passaportes. "Eles devem ser a parte pobre do esquema", suspeita o deputado, que pediu ajuda ao Itamaraty para localizar os brasileiros. Na agenda da viagem estão previstas ainda conversas com representantes da Interpol, com o deputado Otavio Teixeira, presidente da bancada do PC português, e também com o jornalista João Esteves que vem denunciando casos de falsificação de passaportes.