Rio - Havia mesmo um casarão no local apontado por Renata Alves como o que recebia supostamente empresários ligados ao futebol e o ex-técnico da seleção Wanderley Luxemburgo. Hoje, o local abriga um luxuoso prédio, numa área nobre da Barra da Tijuca, a menos de 150 metros da praia. A mansão era reduto de festinhas íntimas entre convidadas e jogadores, treinadores e até mesmo jornalistas esportivos, como contaram dois antigos moradores da Rua Afonso de Taunay, que preferiram não se identificar.
O prédio de fino acabamento que tomou o lugar do casarão fica ao lado de um tradicional restaurante do bairro, o Farol da Barra, inaugurado em 1973. Segundo o relato de funcionários do restaurante, Romário, do Vasco, era visto com freqüência na mansão, sempre cercado de muitos seguranças. O atacante Edmundo, agora no Santos, também costumava participar das reuniões que não tinham hora para terminar.
Nem vizinhos nem funcionários do restaurante, ouvidos pela Agência Estado, lembraram-se de ter visto Luxemburgo na mansão, que zelava pela privacidade. O muro de frente era de mais de três metros de altura e a casa dispunha de sauna, piscina, quadra esportiva, salões de festas e de ginástica.
O prédio de três andares erguido no local pertence ao comerciante Manoel Domingues. Ele anuncia na fachada a venda de dois apartamentos, cada qual de 252 metros quadrados, com quatro suítes e quatro vagas na garagem. O preço dos apartamentos dos primeiro e segundo andares varia de US$ 500 mil a US$ 550 mil. As coberturas podem chegar até a US$ 800 mil.
Domingues, por telefone, disse que o prédio começou a ser habitado em menos de um ano. Ele não quis falar sobre o casarão que existia no terreno, cuja área é superior a 800 metros quadrados. Um dos empregados do condomínio, depois de se recusar a responder a algumas perguntas, veio até a rua para fotografar a equipe de reportagem. Em seguida, saiu de carro sem dar satisfação.