São Paulo - O iatista brasileiro Robert Scheidt ainda vai eleger a classe olímpica que vai disputar nos Jogos de Atenas, em 2004. Em 2001, competirá na classe Laser, na qual ganhou uma medalha de ouro, nos Jogos de Atlanta, em 1996, e uma de prata, há pouco mais de um mês, em Sydney. Mas Scheidt informou que experimentará novos barcos e se houver uma adaptação pode optar por outra classe na Olimpíada na Grécia. O seu primeiro teste será em dezembro, na classe Tornado, em dupla com o proeiro Clínio de Freitas - que foi medalha de bronze na Olimpíada de Seul, em 1988, com Lars Grael.
"Faremos um teste em Búzios", diz Scheidt. Ele só não sabe se o teste será no novo barco da classe Tornado, que sofrerá modificações determinadas pela Federação Internacional de Vela (Isaf), na reunião da entidade em Edimburgo, na Escócia. A decisão da Isaf alterou as características do Tornado, tornando o barco mais veloz e atraente - terá duplo trapézio (os dois velejadores podem velejar com o corpo para fora) e mais uma vela, do tipo balão, além das duas que já existiam.
Scheidt também vai ser o tático do barco Mitsubishi, de vela Oceânica, em mais três provas, em Miami, dia 27, e depois em janeiro e março. "Quero aprender mais sobre os grandes barcos de oceano."
Mas, em janeiro, Scheidt já vai retornar à classe Laser, que continuará sendo olímpica. A Isaf retirou a classe Soling do programa olímpico de Atenas, mas manteve a Laser, assim como a Star, na qual Torben Grael e Marcelo Ferreira ganharam bronze em Sydney. As outras classes seguem iguais: Mistral, Europa (feminino), Laser, Finn, 470 e 49er. O conselho da Isaf vai incluir uma classe de quilha para mulheres.
Mundial - "Ainda não posso dizer a classe que vou disputar em Atenas, antes preciso tentar me adaptar a um companheiro, que possa fazer uma preparação olímpica juntamente comigo, e ser competitivo no barco que eu escolher", afirma Scheidt. Na Laser, ele vai disputar as principais semanas da Europa na temporada, preparando-se para tentar o seu quinto título mundial - no fim de julho e início de agosto, na Irlanda. "Terei de fazer uma preparação séria se quiser obter o meu quinto título na classe."
Scheidt garante que não está pensando em mudar de classe para a Olimpíada de Atenas por não ter ganho a medalha de ouro em Sydney. Ficou com a prata, depois de ser pego em uma "armadilha" do inglês Ben Ainslie na última regata olímpica. "A Laser me deu muita coisa boa, não poderia estar decepcionado."
Enquanto isso, Scheidt, que já ganhou duas medalhas olímpicas e é tetracampeão mundial, torce para que os seus contratos de patrocínio sejam renovados. As negociações serão com a Nestlé (usa a marca Bliss), em fevereiro, e depois com Bingo Augusta, o principal deles, Varig e Vasco, em abril.