São Paulo - Depois da experiência no Rally dos Sertões - quando, em 12 dias, rodou mais de 5 mil quilômetros por algumas das regiões mais áridas do País - a ex-jogadora vôlei Ana Moser prepara um novo desafio. Quer passar três meses a bordo de um veleiro e percorrer oito ilhas da costa brasileira - num projeto que une aventura e ação social.
Ao lado do surfista e professor de Educação Física, Cisco Aranha; a jornalista Adriana Saldanha, e uma tripulação que deve variar de 8 a 10 pessoas, ela pretende partir da Ilha do Mel, no Paraná, em setembro do ano que vem e, 90 dias depois, quer atracar em Fernando de Noronha, na costa pernambucana. O projeto deverá custar perto de R$ 700 mil - dos quais, R$ 240 mil serão gastos com o barco - um veleiro de 120 pés batizado de Tocorimé-Pamatojari (Espírito de Aventura).
No percurso, a embarcação deverá fazer escalas na Ilha do Cardoso, Ilha Comprida e Ilha Bela, todas na costa de São Paulo; Ilha Grande (RJ), Tinharé (BA) e Boipeba (BA). A idéia é parar pelo menos 10 dias em cada uma das ilhas e desenvolver atividades junto a meninos e meninas da comunidade.
“O trabalho tem como foco a criança. Queremos estabelecer contato com as populações nativas através das escolas e levar às crianças, noções de esportes, ecologia e preservação”, explica ela. “Se tudo der certo, queremos levar pelo menos um computador para cada uma das comunidades, além de fornecer às escolas uma pequena biblioteca”, acrescentou.
A idéia do projeto, explica Ana Moser, surgiu justamente depois da participação no Rally dos Sertões, em julho deste ano. “Foi uma coisa incrível aquela experiência, mas a aventura pela aventura não me satisfez. Eu não queria apenas passar pelos lugares, mas deixar uma marca. Acho que com esse projeto, isso será possível”, diz.
Ana Moser garante que tem certa intimidade com o mar. “Velejo desde criança”, conta. Tem até um barco atracado na Represa de Guarapiranga, em São Paulo. Para os próximos meses planeja tirar a carteira de mestre amador, com a qual poderá até manipular o Tocorimé-Pamatojari, se for o caso. A ex-jogadora - que por 14 anos foi um dos principais destaques da seleção brasileira de vôlei - conta que o “espírito aventureiro” que vem demonstrando depois que parou de jogar, no final do ano passado, só é surpresa para os que não a conhecem. “O pessoal que convive comigo sabe que sempre fui muito agitada”, diz.