São Paulo - O empate diante do São Paulo e principalmente a forma como o time terminou o clássico deste domingo no Morumbi - pressionando o adversário - deu aos jogadores do Corinthians a certeza de que, enfim, acabou a pressão. Quebrar a série de 10 derrotas consecutivas foi uma vitória à parte no jogo, independentemente do resultado.
"Já no aquecimento eu percebi que o clima estava diferente, mais para cima", revelou o volante Djair. "Até os jogadores que ultimamente estavam calados hoje se soltaram, vibraram mais. Até pensei: é hoje o dia".
Djair e os demais jogadores corintianos também não esconderam que o sentimento geral após o clássico foi o mesmo: alívio total. Nem o gol anulado de Dinei aos 40 minutos do segundo tempo, que teria dado a vitória ao Corinthians, foi objeto de reclamação.
"Todo mundo tem o direito de errar, como eu mesmo já errei. Mas o árbitro apitou uma falta que não cometi", dizia o atacante Dinei. "O Carlos Miguel foi malandro ao se jogar no chão e o juiz entrou na dele. Mas isso não tira o nosso reconhecimento no jogo. Hoje o time foi totalmente diferente.
Foi o Corinthians que todos nós estamos acostumados a ver. Acho que finalmente a pressão acabou".
Mais até do que isso, talvez. Os jogadores parecem ter recuperado a confiança. A ponto de o zagueiro Fábio Luciano, contrariando o seu estilo pacato, lançar um desafio para quem quisesse ouvir ao final do clássico. "Quem ganhou da gente, ganhou. Agora, ninguém ganha mais. E o Flamengo que se cuidade porque o Corinthians vai ser outro a partir de agora".
Que razão levou o elenco a mudar de comportamento, ninguém explicou.
Mas os jogadores parecem ter descoberto um atalho que poderá reconduzir a equipe às vitórias nos dois últimos jogos pela Copa João Havelange: a velha raça corintiana. "Podemos até não jogar um futebol de primeira qualidade, mas a partir de agora o time vai apostar tudo na força de vontade, no espírito de quem quer vencer".