Rio - Para o técnico Bernardinho, a atacante Virna foi um símbolo de seus sete anos no comando da Seleção Brasileira feminina de vôlei. E na terça-feira, quando o técnico anunciou sua decisão de assumir o comando da equipe masculina, ninguém sentiu a perda mais do que ela.
Porém, mesmo abatida, Virna já tomou uma decisão: vai assumir o papel de líder e auxiliar do novo comandante.
"Me sinto responsável pela continuidade do excelente trabalho que Bernardo fez”, disse Virna, que ficou dividida com a decisão do técnico. “Como amiga, sei que a decisão foi boa. Será um novo desafio e acredito que Bernardo porá a seleção masculina novamente no alto do pódio. Mas como atleta, admito que fiquei triste. Afinal, perdemos um grande mestre.”
E para substituir o grande mestre, o nome mais cotado é o do técnico Marco Aurélio Motta, ex-seleção da Itália e seleção brasileira juvenil. Para Virna, a escolha não poderia ter sido mais significativa: foi Marco Aurélio quem descobriu o talento da jogadora, em 1985.
“Quando soube que Marco Aurélio era o mais cotado, fiquei muito feliz. Ele sempre acompanhou o trabalho da seleção e tem uma filosofia parecida com a de Bernardinho. A única diferença é no temperamento, pois Marco é mais calminho”, brincou Virna.
Para a atacante, Marco Aurélio tem uma das principais características de Bernardinho: a capacidade de conhecer as jogadoras. “Trabalhar com mulher é diferente, não é? Mas Bernardo entendia a gente muito bem. Marco Aurélio também é assim. Acho um desperdício ele ter ficado tanto tempo longe das quadras”, afirmou Virna.
Ao deixar a seleção feminina, uma das preocupações de Bernardinho foi garantir que o novo técnico pudesse contar com Virna. E a atacante procurou acalmá-lo: seus planos incluem representar o Brasil nos Jogos de Atenas, em 2004: “Fisicamente estou muito bem e disputar as próximas Olimpíadas é meu maior projeto. Ainda tenho muito a oferecer à seleção.”