Rio - Ao ser informado de que a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Futebol está analisando transações de suas contas bancárias, o ex-técnico da seleção Wanderley Luxemburgo disse, por meio de sua assessoria de imprensa, que "não vê a hora de depor no congresso".

"Se pudesse iria amanhã mesmo", afirmou ele, ao assessor Rodrigo Paiva. A sua participação na CPI está marcada para 30 de novembro.

Os parlamentares encontraram mais de mil transações acima de R$ 10 mil, nas contas do treinador. Luxemburgo disse que não se recorda de todas essas movimentações bancárias, mas acredita que elas devem existir.

"Não vou lembrar de todos os cheques que fiz em sete anos, mas se eles encontraram devem ser verdade", disse. "Prestei contas à Receita e esses valores são justificados pelos meus rendimentos de treinador."

Os parlamentares suspeitam de que algumas destas transações podem envolver comissão de empresários. Para verificar esta possibilidade, estão sendo analisadas a origem e a destino dos todos depósitos em suas contas. Até o dia do depoimento do treinador, eles esperam ter mais informações para poder interrogá-lo.

O ex-técnico da seleção garantiu que não está preocupado com as investigações nas suas contas. "Não tenho nada a temer", garantiu ao assessor. Desde as primeiras acusações de Renata Moura Alves, Luxemburgo nega que tenha envolvimento com a negociação de jogadores.

Luxemburgo responde a processo por suspeita de sonegação fiscal na Justiça Federal. Na última sexta-feira, ele depôs no centro do Rio, diante de uma juíza e uma procuradores federais. Ele reconheceu que existe um dívida com o fisco, mas questiona os valores cobrados. Além disso, garantiu que não houve intenção de sonegação e, sim, um equívoco nas duas declarações. Neste processo, o sigilo bancário do treinador já tinha sido quebrado.

Agência Estado