Rio - A ex-secretária do técnico
Wanderley Luxemburgo, Renata Alves, rebateu, nesta sexta-feira, as críticas
contra seu depoimento na Comissão Disciplinar de Inquérito (CPI) do Senado,
feitas pelo ex-treinador da seleção brasileira, Wanderley Luxemburgo.
Segundo ela, tudo o que foi dito aos senadores poderá ser comprovado em
breve. Renata afirmou que está orgulhosa por poder contribuir na moralização
do futebol brasileiro.
“O depoimento foi um desabafo, pois sou, acima de tudo, brasileira
e torcedora. Eu vim do povo, era anônima, mas agora meu nome vai ficar na
história do futebol brasileiro. Vim na virada do milênio para moralizar o
futebol”, afirmou a ex-secretária de Wanderley.
Renata quer que seu ex-patrão pare de falar que ela não apresentou
os documentos em que confirma todas as denúncias veiculadas até agora, como
a participação de Wanderley na venda e compra de jogadores, sonegação de
impostos e desvio de dinheiro para paraísos fiscais.
“Apresentei toda a documentação no meu depoimento. Inclusive, o
senador Álvaro Dias (PSDB-PR), presidente da CPI, disse que ficou muito
satisfeito com o que eu entreguei. Acho bom o Wanderley parar de fazer
chacotas com o meu nome e da minha família, pois se existe algum maluco é
ele, que dá risadas ao dar entrevistas sobre as acusações. Até o presidente
Fernando Henrique Cardoso está interessado nos resultados da CPI”, falou.
“Nenhuma revista me procurou para posar nua e mesmo que me
procurasse, eu não teria tempo para isto. Sobre escrever um livro, seria uma
grande pretensão. Só estou gravando fitas e um escritor, que não terá seu
nome revelado, fará o livro. Além do mais, isto não dá retorno financeiro, a
não ser que seja um best-seller”, afirmou Renata.
Sobre a existência de uma residência na Barra da Tijuca, no Rio, que
recebia o nome de "embaixada", a ex-secretária de Wanderley garantiu que
dentro de duas semanas virá ao Rio acompanhada de senadores para visitar o
local. De acordo com o depoimento de Renata na CPI, aconteciam reuniões com
a participação de dirigentes de grandes clubes e da CBF, empresários de
jogadores, árbitros, técnicos e até mesmo de atletas.
Renata termina dando um recado para Luxemburgo, que
segundo ela, mostrou sua incapacidade ao afirmar que o futebol brasileiro já
não é mais o mesmo, após as derrotas para Paraguai (3 a 1) e Chile (3 a 0),
pelas Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa de 2002.
“Ele se destruiu sozinho. A culpa disto tudo é só do Wanderley, que
não ouviu o povo na hora de tomar decisões à frente da seleção brasileira”, afirmou.