Faltava só gol. Mas quem não faz leva. São duas máximas surradas, antigas, quase chavões do futebol. Mas é a síntese do jogo de ontem, no Olímpico. O Vasco se defendeu o tempo todo, numa retranca de fazer corar os adoradores do futebol ofensivo do Rio.
O Grêmio, ao contrário, pressionou os 90 minutos, além de controlar as ações defensivas. Mas a bola não entrou. E o Vasco, rigorosamente na única chance de marcar até o time do técnico Celso Roth se abrir em busca do empate, decidiu o jogo no 1 a 0.
Agora, a classificação do Grêmio ganhou contornos dramáticos. O time caiu para a 12ª colocação na tabela e será preciso vencer o eliminado Santa Cruz, domingo, em Recife, para não depender de outros resultados. O mesmo Santa Cruz que ontem surpreendeu o Botafogo e venceu no Rio, acabando com o sonho da estrela solitária. Pior: o Grêmio não terá Ronaldinho, que levou o quinto cartão amarelo, ontem.
Mas o Grêmio jogou bem. Até Jorginho Paulista apanhar a rebatida da zaga aos 24 minutos do segundo tempo, nem foi possível examinar o desempenho do goleiro Eduardo Martini, convertido em titular em cima da hora. Danrlei se machucou na perna durante o treino recreativo da véspera. O reserva imediato, Sílvio, amanheceu com um torcicolo e não conseguia dobrar o pescoço. Martini, então, foi chamado.
O Vasco abdicou de atacar. Para se ter uma idéia, Pedrinho, o segundo atacante da equipe de Oswaldo Oliveira, passou boa parte da tarde marcando os avanços de Patrício. O primeiro e único chute a gol do Vasco na primeira etapa surgiu só aos 37 minutos. E torto, ainda por cima. O Grêmio, enquanto isso, era só pressão. Aos 19, Ronaldinho acertou uma meia-bicicleta acrobática, por cima do travessão. Aos 21, ele, de novo, raspou de cabeça, errando o alvo. Aos 23, Warley (foto), entrou livre na área, chutou com força e Hélton espalmou. Aos 30, Ronaldinho tentou deslocar o goleiro, que fez milagre, tirando com o bico da chuteira do pé esquerdo.
No segundo tempo, o mesmo filme. Warley perdeu aos sete minutos. Ronaldinho, em duas cobranças de falta, tirou tinta da trave: aos 21 e aos 30. Celso Roth tentou levar o time à frente: Rodrigo Mendes entrou no lugar de Patrício e Paulo Nunes no de Gavião. Mas não adiantou. Foi assim, até o final.
Faltou só o gol, um detalhe fundamental ontem. E quem não fez, acabou levando, apesar do apoio da torcida que deu show à parte e só vaiou no final. A única alegria do torcedor acabou sendo mesmo o fracasso do Inter em Curitiba. O time de Zé Mário foi derrotado de virada pelo Atlético e agora terá de empatar com o Juventude, no domingo, no Estádio Beira-Rio.