São Paulo - Desta vez, a força da Fiel será reduzida a traque. Quem garante é o
vice-presidente Antônio Roque Citadini. Depois da goleada sofrida diante do
Flamengo, por 4 a 1, ele afirmou que a torcida pode gritar à vontade contra
alguns jogadores que a diretoria não vai mais ouvi-la.
"Chega de fazer bobagens para atender aos protestos da torcida. Ela pode
ficar rouca que não vamos nos curvar", garantiu o dirigente.
Entre as "bobagens" feitas pelo clube nos últimos meses, Citadini citou
duas: a demissão do técnico Oswaldo de Oliveira, depois da eliminação do
time na Taça Libertadores, na Copa do Brasil e no Paulistão, e a venda de
Edílson para o Flamengo.
"Nenhum dos dois deixaria o Corinthians, se eu estivesse no cargo de
vice-presidente", disse o cartola, criticando indiretamente o presidente
Alberto Dualib e o diretor remunerado (R$ 25 mil mensais) Carlos Nujud, o
Nei, que se curvaram diante da pressão da Fiel. "O Oswaldo é um grande
treinador e está mostrando isso no Vasco. Já o Edílson foi o melhor do
Flamengo na partida de quarta-feira."
Os dois principais alvos da ira da Fiel no momento são o meia Marcelinho
Carioca e o técnico Candinho, que ainda não ganhou uma partida desde que
assumiu o cargo no lugar de Oswaldo Alvarez, o Vadão. Por muito pouco alguns
torcedores não agrediram o jogador na derrota para o Flamengo, enquanto o
treinador teve de ouvir muitos desaforos da Fiel, entre os quais o de que
não tem status para comandar o Corinthians.
"Marcelinho não corre o menor risco de deixar o clube. É um excelente
jogador e está em nossos planos para a próxima temporada. Candinho também
cumprirá seu contrato até o fim", declarou o vice-presidente com a certeza
de que vencerá a queda-de-braço contra a Fiel.