Rio - Os deputados da CPI do Futebol instalada na Câmara, que investiga supostas irregularidades no contrato firmado entre CBF e Nike, querem que a entidade envie o mais rápido possível as alterações no documento feitas em abril deste ano. A confederação mandou à CPI apenas o documento assinado em 1996, omitindo as mudanças.
O novo acordo deu à multinacional exclusividade no licenciamento de todos os produtos ligados à seleção brasileira. Inicialmente, a empresa podia divulgar sua marca apenas no vestuário e na mídia -livros, CDs, filmes e internet. Além de deter os direitos de propriedade e de imagem da seleção, todos os amistosos, e não mais apenas os jogos organizados pela Nike, passam a ser de propriedade da empresa, o que inclui as bilheterias das partidas. Além disso, com a reforma do contrato, a Nike passa a ser uma espécie de agência da CBF, ficando com 20% das cotas dos amistosos.
A assessoria da Confederação Brasileira de Futebol garantiu que a entidade não agiu de má-fé ao deixar de entregar as alterações para serem analisadas pela comissão, mas, na opinião do relator, o deputado Sílvio Torres (PSDB-SP), a atitude da CBF foi uma demonstração de pouco caso com o trabalho da CPI.
"Agora, nós vamos ter de ser muito mais rigorosos e exigentes com a CBF, que não tem demonstrado, efetivamente, nenhuma vontade de colaborar", disse Torres à Agência Câmara.