Brasília - O presidente da CPI da Nike, deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) disse há pouco, em conversa por telefone com a Agência Estado, que foi "no mínimo desastroso" o erro admitido pelo presidente da CBF, Ricardo Teixeira, que assinou contrato de patrocínio com a Nike passando à empresa o direito de definir a agenda da Seleção Brasileira.
"A direção da CBF não foi uma boa vendedora da marca Brasil", reconheceu Rebelo. Segundo o deputado, "a Seleção Brasileira é melhor que qualquer seleção do mundo e o verde e amarelo vale mais que qualquer clube", afirmou. Rebelo considerou também injustificável o possível prejuízo de US$ 15 milhões que a Seleção terá com a hipótese de redução do número de partidas amistosas que a Nike teria direito de agendar.
Conforme informações publicadas em jornais desta sexta-feira, Ricardo Teixeira teria reconhecido que "foi um erro a CBF não contar com o calendário das eliminatórias da Copa de 2002". É que o contrato, estimado em US$ 160 milhões por um período de 10 anos, assinado em 1996 entre CBF e Nike permite à empresa marcar até 50 jogos amistosos da Seleção sem considerar as partidas para as eliminatórias de 2002.
Como o contrato foi alterado em abril deste ano, a CPI decidiu requisitar o documento. "Essa informação é importante para a análise que os deputados estão fazendo", afirmou o presidente da CPI.