Rio - O mau desempenho do Botafogo na Copa João Havelange, na qual terminou em 16º lugar, com 32 pontos, deve levar a diretoria do clube carioca a mudar a política de investimentos. Ao invés de grandes contratações, apoio aos jogadores revelados no clube.
No máximo, reforços que custem pouco, repetindo a estratégia bem-sucedida do Palmeiras. Esta possibilidade agrada botafoguenses como os ex-jogadores Nílton Santos e Jairzinho e o ex-técnico de vôlei Bebeto de Freitas.
Nílton Santos (bicampeão mundial, em 1958 e 1962, e que só defendeu o Botafogo): "Atualmente, quando vou ao Rio de Janeiro evito até passar perto da sede de General Severiano. Na minha época, os dirigentes compareciam ao clube para ajudar. Hoje em dia só têm o objetivo de tirar do clube. A situação do Botafogo está muito complicada. Dar apoio aos jogadores criados no clube de fato seria uma medida acertada."
Jairzinho: (campeão do mundo em 1970, foi jogador do Botafogo): "Dentro da realidade atual do futebol brasileiro, o Botafogo não vai sobreviver sem parceria. Já conversei com o Mauro Ney Palmeiro, presidente do clube. Ele sabe que é preciso apoiar as divisões de base, de formação de jogadores. Na minha época, Paraguaio e Neca revelaram vários jogadores e a gente passava a ser torcedor do clube. É importante que o jovem tenha perspectivas de aproveitamento."
Bebeto de Freitas (campeão mundial de vôlei como técnico da Itália, torcedor do Botafogo): "A principal questão que os dirigentes devem pensar é no planejamento. Também é importante fazer um trabalho de base. Só que o Botafogo tem feito este trabalho, conquistado vários títulos, revelados muitos garotos e quantos deles foram aproveitados? Por que? Quem está lá na diretoria deveria deixar bem claro a razão de não estarem aproveitando estes garotos."