São Paulo - Com a iminente saída de Candinho do Corinthians, o vice-presidente de futebol do clube, Antônio Roque Citadini, vai agilizar a reformulação que sonha em implementar no departamento de futebol.
O primeiro passo é contratar um gerente de futebol. Paulo Angioni, atualmente no Fluminense, é o nome da preferência da diretoria e, principalmente, de Alberto Dualib. Os contatos já foram iniciados. Bebeto de Freitas, que exerce a função no Atlético-MG, e José Carlos Brunoro, são outros profissionais lembrados no clube.
Caso Angioni recuse a proposta, a segunda opção é Bebeto de Freitas, com dificuldades para receber salários no Atlético. Pesa contra Brunoro o fato de ter o nome muito ligado ao Palmeiras, herança do tempo em que era diretor de esportes da Parmalat.
Uma coisa é certa: será do novo gerente o comando do futebol corintiano a partir de janeiro. Citadini ficou indignado com o poder que os jogadores e a comissão técnica detinham no clube até agora.
"Era impressionante. Tudo era resolvido pela comissão técnica e os jogadores. Por exemplo: se um jogador tinha de ser liberado dos treinamentos para resolver problemas particulares o assunto nem chegava à diretoria. Tudo ficava decidido entre eles e ponto final. Isso acabou", disse Citadini.
O dirigente avisa que a interferência do gerente de futebol não vai chegar à escalação da equipe e nem na definição do esquema tático a ser adotado. Isso não. Não vamos tirar a autonomia técnica de ninguém. Apenas a comissão técnica e os jogadores terão de seguir a metodologia implementada pela diretoria", afirma Citadini, dando outro exemplo de como pretende influir no departamento de futebol profissional.
"A diretoria do Corinthians e a Hicks Muse sempre tiveram interesse em ganhar a Copa Mercosul. Só que, nos últimos dois anos, o time não foi bem na competição simplesmente porque a comissão técnica e os jogadores decidiram que ela não era importante. Agora isso vai mudar. A diretoria vai definir o que é melhor para o time. O gerente de futebol será o porta-voz de nossas idéias. Não queremos gente que venha aqui só para ficar agradando jogadores", avisa.
Citadini acha que os títulos conquistados nos últimos dois anos encobriram os problemas do departamento de futebol do clube. "Como o time ganhava tudo, os problemas não apareciam, ficavam abafados. Este poder extremo acabou", decreta. A tentativa feita por Candinho e os jogadores de esticar o período de férias foi o episódio que faltava para deixar Citadini ainda mais irritado.
"Eles queriam 40 dias de férias. Um absurdo", afirmou Citadini, decidido a não dar nem um dia a mais além dos 23 dias que havia sido previamente combinado com o elenco. "Posso garantir que o novo gerente de futebol será contratado entre quarta-feira e quinta", avisa.