São Paulo - Michael Moorer está de volta ao boxe. Depois de três anos afastado dos ringues, o peso pesado voltou a lutar no sábado, em Burlington, Iowa, e não precisou mais de quatro assaltos para nocautear Lorenzo Boyd.

Moorer, 33 anos, ex-campeão mundial dos meio-pesados (OMB) e dos pesados (FIB/AMB/OMB), acredita que voltará ao ranking internacional em 2001, se for bem nas próximas duas lutas – cujos adversários ainda não foram escolhidos. "Não perdi a forma. Continuei treinando e senti que tinha condições de me apresentar bem. Por isso eu voltei", justificou o lutador.

Moorer tem um cartel de 40 vitórias (32 por nocaute) e duas derrotas por nocaute: para George Foreman, em 1994, e para Evander Holyfield, em 97, quando perdeu o cinturão da FIB e decidiu deixar o esporte profissional. "Eu não estava bem naquela luta. Não poderia ser derrotado daquela forma", disse, há duas semanas. Moorer apanhou muito e foi à lona cinco vezes antes de o juiz decretar o nocaute no oitavo round.

Moorer argumenta que é mais novo do que os melhores pesados atuais. Campeão do CMB e FIB, Lennox Lewis tem 35 anos; Evander Holyfield, campeão da AMB, 38; Mike Tyson, o grande desafiante do momento, 34. "Em breve terei condições de enfrentar qualquer um deles", disse Moorer, que venceu adversários como Frans Botha, Vaughn Bean, Bert Cooper, Alex Stewart e Axel Schulz. Como meio-pesado, conquistou o título da OMB em 1988, nocauteando Ramzi Hassan no quarto assalto.

Sua principal vitória foi sobre Evander Holyfield, em 94 (por pontos, em 12 assaltos), quando conquistou os cinturões da FIB e AMB. Na história dos pesados, apenas dois lutadores superaram Holyfield além de Moorer: Riddick Bowe e Lennox Lewis.

Cabeça raspada, 1m88, muito forte, Moorer derrubou adversários explorando bem a potência de seu jab de canhoto, ganchos de direita e boa técnica para sufocar o oponente, variando os golpes com rapidez. Os críticos internacionais, entretanto, sempre acusaram duas falhas capitais em seu estilo: queixo de vidro e falta de mais auto-confiança. Apesar da fragilidade de Lorenzo Boyd, pugilista desconhecido entre os pesados, Moorer mostrou qualidades em sua volta.

Depois da vitória de Lennox Lewis sobre David Tua, no dia 11, a situação dos pesados passou a depender de um possível acordo de empresários e emissoras de televisão (HBO e ShowTime) para um combate entre Lewis e Tyson pelos cinturões do CMB e FIB. As duas entidades já deram o sinal verde, autorizando a realização da luta. A previsão é de bolsa entre US$ 40 milhões e US$ 50 milhões para cada lutador. Por isso as negociações deverão ser lentas.

O único combate previsto para janeiro é a revanche entre Evander Holyfield e John Ruiz pelo título da AMB. A luta já foi anunciada e desmentida duas vezes por promotores interessados em realizar o combate em Beijing, na China. Outra opção é Las Vegas.

Jornal da Tarde