São Paulo - Pelo menos um atleta brasileiro não se curvou à poderosa Nike, alvo da CPI instaurada na Câmara dos Deputados. Bob Burnquist, 24 anos, considerado o
maior skatista na categoria vertical, conhecido como 'embaixador do skate'
no país, vem recusando um contrato milionário com a multinacional há cerca
de um ano.
"Dinheiro não é tudo. A alma do skate não pode ser vendida a uma marca que
não tem relação com o esporte e só quer se aproveitar de uma boa fase no
país. Ainda que seja a Nike", declarou Burnquist no programa 'Bola da Vez',
que será apresentado neste sábado, às 23 horas, na ESPN Brasil.
Burnquist garantiu que só aceita patrocínios de marcas ligadas ao skate: "Eu
sei escolher muito bem o produto que deve estar relacionado à minha imagem.
As verdadeiras marcas do skate lutam muito pela evolução do esporte no mundo
e reinvestem parte do lucro que obtêm".
Competindo profissionalmente há cinco anos, com um saldo de 20 vitórias em
torneios no exterior e 18 ossos fraturados, Burnquist consagrou-se, neste
ano, campeão do WCS (World Cup of Skateboarding), com seis vitórias. Além
disso, conquistou a medalha de ouro na categoria "Best Trick" (melhor
manobra) do "X-Games", que lhe rendeu um prêmio de 10 mil dólares, e o
título do "Munster Monster Mastership", uma das mais tradicionais etapas do
Circuito Mundial.
Sobre a inclusão do skate na Olimpíada, Burnquist disse ser totalmente
contra: "Não acho que o skate deve fazer parte dos Jogos porque é um esporte
subjetivo. É difícil analisar o que está certo e o que está errado nas
manobras. E como a Olimpíada é o maior evento esportivo do mundo, o atleta
que ganhar o ouro vai ser considerado o melhor e isso não existe no skate".