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Brasil nega envolvimento em fraude paraolímpica
Sexta-feira, 24 Novembro de 2000, 17h46

São Paulo - O presidente do Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB), João Batista Carvalho e Silva, rebateu nesta sexta-feira as afirmações do espanhol Carlos Ribagorda sobre a suposta participação fraudulenta de atletas paraolímpicos do Brasil nas Olimpíadas de Sydney, realizada em outubro. Fingindo ser deficiente mental, um jornalista fez parte da equipe espanhola de basquete - medalha de ouro na Austrália.

O dirigente brasileiro declarou que os patrocinadores investiram R$ 5,3 milhões na equipe paraolímpica do País. Além disso, foram feitos estudos e avaliações científicas com todos os atletas da delegação, por cinco universidades brasileiras e pela Associação Brasileira de Desportes para Deficientes Mentais (ABDEM). "Todas as regras internacionais estabelecidas pelo Comitê Paraolímpico Internacional foram respeitadas" assegurou.

O presidente do CPB também expressou sua profunda indignação e tristeza com a denúncia do jornalista espanhol, "pois não se pode buscar subterfúgios para ganhar medalhas". João Batista acrescentou que, quando estava acompanhando os atletas em Sydney, muitos dirigentes comentavam sobre a ótima atuação da seleção espanhola de basquete.

O técnico da seleção brasileira de basquete - categoria deficientes mentais -, Getúlio Gonzales de Oliveira, afirmou que todos os 11 atletas levados a Sydney estudaram na Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), sendo que dez são do time de Mauá, também treinado por ele, e um de Ribeirão Preto, que foi devidamente entrevistado por uma psicóloga antes de ser inscrito.

"Sou técnico de deficientes mentais há 10 anos, nunca vi um time como o deles (os espanhóis). Eles ganharam da gente por 97 a 68 jogando muito bem, meus atletas não conseguiram jogar", revelou Getúlio Oliveira.

O presidente da ABDEM, o deputado federal Flávio Arns (PSDB-PR), confirmou que foram feitos testes com todos os atletas paraolímpicos brasileiros, de acordo com a Federação Internacional de Desportes para Deficientes Mentais (FIDDM). "Todos os atletas que foram a Sydney têm QI abaixo da média, são assistidos de longa data por nós, pois sempre estudaram em APAEs", completou o deputado.



Agência Estado


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