Belo Horizonte - A preocupação com a força do meio-campo do Palmeiras foi demonstrada pelo técnico do Atlético, Valdonedo Xavier, no coletivo de ontem cedo, no Centro de Treinamentos de Vespasiano. Ontem o treinador fez mais uma observação em relação ao time que pretende escalar amanhã, contra o Palmeiras, no Mineirão, pelas semifinais da Copa Mercosul.
Depois de testar o time com três atacantes, Marques, Guilherme e André, no sábado, Nedo Xavier começou o coletivo de ontem com Lincoln no meio-campo, como segundo volante. Cleison, mais uma vez, foi deslocado para a lateral-esquerda, no lugar de Mancine.
O treinamento foi bom e agradou o treinador que, no entanto, ainda não definiu a escalação da equipe, que terá de derrotar o Palmeiras por três gols de diferença, no mínimo, para levar a definição da classificação para a disputa de pênaltis. Nedo Xavier vem procurando também motivar os jogadores para a difícil missão de amanhã. “O ânimo dos jogadores está bom e estamos motivando-os todos os dias", afirma o treinador.
A obrigação de golear o Palmeiras, no Mineirão, é encarada com naturalidade pelo volante Valdir. “Sabemos que é difícil, mas não impossível. Se mostrarmos a determinação do jogo contra o Boca Juniors, podemos ter uma surpresa", afirma.
O experiente jogador reconhece que a equipe se abateu com o resultado de 4 a 1, em São Paulo, mas garante que isso está sendo superado.
“Levar dois gols em três minutos deu um baque muito grande no time. Faltou sorte. Depois, quando estávamos reagindo, sofremos o quarto gol", lamenta. “Agora, chegando perto do segundo jogo, a cabeça fica mais fria."
Independentemente de conseguir a classificação para a final da Copa Mercosul, na opinião de Valdir, o Atlético tem que lutar para se apresentar bem na partida de amanhã. “Temos consciência de que precisamos fazer uma boa apresentação e conseguir uma vitória para sair de cabeça erguida", comentou o volante.
O técnico Nedo Xavier pode optar por escalar uma equipe com três atacantes, o que sobrecarregaria o meio-campo. Valdir pede atenção para o setor. “É uma forma de tentar reverter a situação, mas alguém precisa ajudar a marcação no meio. O Palmeiras marca forte, rouba muito a bola e tem um bom contra-ataque", destacou o volante.
Os jogadores iniciaram a concentração ontem à noite e haverá mais um treinamento hoje à tarde. Oscar Roberto de Godói será o árbitro do jogo de amanhã, no Mineirão. Ele será auxiliado por Jorge Paulo Oliveira e Milton dos Santos.
Caçapa destaca importância para a atenção com a defesa
O Atlético entra em campo, amanhã, no Mineirão, com uma desvantagem de três gols. Precisa derrotar o Palmeiras por quatro gols de diferença para se classificar para a final da Copa Mercosul, sem a necessidade da disputa de pênaltis. Se os atacantes se sentem na obrigação de fazer os gols de que a equipe necessita, a situação dos zagueiros é um pouco diferente.
Cláudio Caçapa destaca que o time tem que ter atenção atrás também para não sofrer nenhum gol, o que complicaria a missão dos atacantes. “Tenho certeza de que vamos fazer gols, como vem acontecendo. Não podemos é levar", afirma o zagueiro.
Mesmo com o time tendo a obrigação de golear o Palmeiras, Caçapa ressalta que não adianta todos partirem para o ataque, desesperadamente. “Temos que estar tranqüilos. Não vamos fazer gol na hora que quisermos", lembra. “Primeiro, temos que pensar em marcar para depois sair", avalia o zagueiro, referindo-se especificamente à sua função em campo.
Caçapa pede muita determinação aos companheiros para que o Atlético consiga reverter a situação, diante do Palmeiras. “Nada é impossível. Se entrarmos com garra, vamos conseguir", acredita o jogador, citando o que ocorreu na Copa Libertadores de 1995, quando o Palmeiras foi derrotado por 5 a 0 para o Grêmio, em Porto Alegre, e quase se classificou, ao vencer o jogo de volta por 5 a 1, em São Paulo.
O zagueiro não sabe qual será a reação da torcida atleticana no jogo de amanhã, mas não tira a razão do torcedor, nesse momento ruim da equipe. “A torcida está com razão e tem direito de cobrar. Ela quer que a gente dê o máximo, se entregue em campo", observou.