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Claudecir, do São Caetano, comemora volta por cima
Quarta-feira, 29 Novembro de 2000, 00h30
Atualizada: Quarta-feira, 29 Novembro de 2000, 00h30

São Paulo - O sonho de toda criança é ser jogador de futebol. Com o volante Claudecir, do São Caetano, não foi diferente. Com 11 anos ele começou a atuar, como centroavante, em um time de várzea, em Barra Bonita. Todos diziam que aquele menino franzino só jogava pelo fato de o dono da equipe ser seu pai. Provou não ser verdade e hoje, aos 25 anos, está perto de concretizar o seu maior sonho: defender um clube grande - vai para o Palmeiras em janeiro.

Considerado, ao lado de Adhemar, o jogador mais regular nas partidas diante do Fluminense, pelas oitavas-de-final da Copa João Havelange, o atleta está fazendo sua despedida do ABC. "A expectativa de ir para o Palmeiras é grande, porém ainda temos compromissos e quem sabe não chegamos a uma decisão. É difícil, mas não impossível." Versátil, Claudecir tem a "cara'' do Alviverde pelo fato de já ter atuado como atacante, meia, zagueiro e volante. "Minha mobilidade é um fato favorável."

Volta por cima - Apesar de hoje estar em situação financeira estável, Claudecir já passou por dificuldades na vida. Proveniente de uma família de classe baixa, de cinco irmãos, o incentivo do pai, José Mario de Aguiar, sargento aposentado da Policia Militar, foi fundamental para superar a pobreza. "Ele se empenhava para nos sustentar e ainda montou um time para eu realizar o meu sonho de ser jogador. Isso foi fundamental. Muitos de meus amigos desistiram", lembra.

Outro obstáculo foi uma cirurgia no joelho, em 1995, quando defendia o Noroeste. Evangélico, o volante afirma ter buscado em Deus forças para voltar e agradece ao técnico Luiz Carlos Teixeira por seu retorno. "Ele pediu empenho total dos médicos", disse. "O Teixeira tinha tanta confiança em mim, que me trouxe para o São Caetano."

Apesar de atuar como primeiro volante, Claudecir pouco fala em campo. "Nunca tive a característica de ficar gritando." Sua tranqüilidade, às vezes, chega a irritar os companheiros. "Eles dizem que não conseguem discutir comigo, pois vêm me dar uma bronca e eu não revido, deixando-os sem graça. Tem ocasiões que chegam a brincar, perguntando se estou de folga, pelo fato de não terem ouvido minha voz."

O jogador foi para Atibaia com os companheiros, ontem, onde o time vai se preparar para o confronto das quartas-de-final da Copa João Havelange, contra São Paulo ou Palmeiras.



O Estado de S. Paulo


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