Rio - O vice-presidente da Federação Maranhense de Futebol, Antônio José Cassas de Lima, é mais um a ter a sua situação complicada na CPI da Câmara. A Agência Câmara informou que, munido de vários documentos, o presidente do Moto Clube, Luís Jandir Amim de Castro, acusou Cassas de Lima de cometer irregularidades nas negociações de jogadores do time maranhense.
Segundo Luís Jurandir, em 1999, Cassas de Lima, então diretor do Conselho Deliberativo do Moto Clube, teria ficado com US$ 100 mil (aproximadamente R$ 180 mil) referentes à venda do lateral Delson ao Monastir, da Tunísia. Ainda segundo Luís Jurandir, a negociação do meia Kléber, vendido por Cassas de Lima ao Atlético Paranaense também deve ser investigada. O jogador foi negociado por US$ 600 mil (R$ 1,08 milhão), mas apenas US$ 140 mil (aproximadamente R$ 260 mil) chegaram aos cofres do clube.
Mas Cassas de Lima, ao ser ouvido pela CPI da Câmara, não conseguiu explicar muito bem a negociação de Delson. Cassas de Lima teria ido diretamente à Tunísia para tratar da venda. Mesmo com a venda tendo sido fechada por US$ 100 mil (aproximadamente R$ 180 mil), o dirigente garante que só recebeu US$ 50 mil (aproximadamente R$ 900 mil), deu US$ 30 mil (aproximadamente R$ 54 mil) para o empresário do jogador, US$ 10 mil (aproximadamente R$ 18 mil) ao atleta e teria ficado com US$ 10 mil (aproximadamente R$ 180 mil)
Mas o problema é que Cassas de Lima teria entrado no país com o dinheiro sem comunicar à Receita Federal. O Moto Clube entrou na Justiça contra o dirigente por apropriação indébita e falsificação ideológica, uma vez que ele assinou os documentos da venda de Delson como presidente do clube.
Cassas de Lima também é acusado de patrocinar a chamada Fábrica de Gatos, atletas com idades adulteradas e que estão sendo negociados com o futebol internacional. O Maranhão é um dos grandes fornecedores de atletas, principalmente adolescentes. O italiano Giuseppe Rubullotta, principal agenciador da transferência de menores para o exterior, teria sido levado para o Maranhão por Cassas de Lima.
Mesmo com todas as acusações, Cassas de Lima parece não temer as investigações e autorizou a quebra de seu sigilo bancário, fiscal e telefônico.
Segundo o relator da CPI, deputado Sílvio Torres (PSDB-SP), os depoimentos deixaram claro que o Maranhão tomou a dianteira na exportação irregular de jogadores e na fabricação de gatos. Sílvio Torres informou ainda que deverá realizar audiência pública no Maranhão para aprofundar as investigações.