São Paulo - Há dez dias o Corinthians está atrás de um técnico. Mas, o clube do Parque São Jorge se dá ao luxo de gastar R$ 220 mil por mês com Oswaldo Alvarez e Candinho, demitidos recentemente, que continuam na folha de pagamento corintiana. Os gastos com os treinadores causa revolta na torcida Gaviões da Fiel.
O presidente da facção, José Cláudio de Almeida Morais, o Dentinho, disse que a situação é reflexo da má administração no clube. "O dinheiro não é mesmo dos dirigentes e não há auditoria no Parque São Jorge para conter esses absurdos", disse.
Dentinho se vê obrigado a elogiar o presidente do arqui-rival Palmeiras, Mustafá Contursi. "Nunca pensei que chegaria a esse ponto, mas o Dualib (Alberto Dualib, presidente do Corinthians) precisa seguir o exemplo do Mustafá, que administra seu clube com sucesso e gastando pouco."
Oswaldo Alvarez assumiu o Corinthians no dia 26 de junho. Seu contrato tinha um ano de duração. Mas, diante dos resultados negativos, o treinador foi demitido, após a derrota para a Portuguesa por 3 a 2, dia 7 de outubro. Como multa pela rescisão do contrato, a diretoria comprometeu-se a pagar mais três meses de salário ao treinador. Assim, Vadão vai ganhar R$ 240 mil até o fim do ano. São R$ 80 mil por mês.
No mesmo dia da demissão de Vadão, o Corinthians trouxe Candinho, que estava na seleção brasileira. O contrato iria até dezembro de 2001. Seu salário: R$ 140 mil por mês. Após dez partidas (nove derrotas e um empate), Candinho foi demitido. A despedida foi contra o América-MG, dia 19, em Belo Horizonte.
Apesar de o treinador e a diretoria terem afirmado que o contrato não previa multa, caso fosse rescindido por uma das partes, o Corinthians comprometeu-se a pagar um mês de salário para Candinho, que descansa em Salvador. A diretoria admite estar tendo dificuldade para contratar outro técnico.