Brasília - O ex-supervisor da seleção brasileira, Américo Faria, e hoje diretor do Palmeiras, em depoimento nesta quinta-feira na CPI da Câmara dos Deputados, que apura supostas irregularidades no contrato entre a CBF e a Nike, defendeu o técnico Zagallo, garantindo que apenas a comissão técnica era responsável pela escalação dos jogadores. Ele afirmou desconhecer a interferência de funcionários da multinacional de material esportivo.
“Nunca soube que Zagallo tinha ligação de ordem financeira com a Nike. A comissão técnica é que escolhia os adversários e locais dos jogos e escalava o time. O funcionário da Nike (Luís Alexandre Rodrigues) não convivia com os jogadores, nem freqüentava o ambiente da delegação”, disse.
Américo aproveitou para desmentir o jogador Edmundo, do Santos, e o médico Lídio Toledo, que disseram que Zagallo havia sido um dos primeiros a saber dos problemas de saúde que o atacante Ronaldo teve momentos antes da decisão da Copa de 98, contra a França.
“Ele só ficou sabendo do mal-estar de Ronaldo por volta das 17 horas”, falou.
O ex-supervisor afirmou que nunca teve contrato com a multinacional, mas garantiu que no exterior é uma prática usual compromissos firmados entre técnicos e fornecedores de materiais esportivos. Américo disse ter recebido R$ 180 mil da CBF como a primeira parcela de um total de R$ 800 mil a que teria direito como indenização pelo fim de seu contrato.