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Oswaldo pode voltar ao Corinthians
Sexta-feira, 01 Dezembro de 2000, 12h20
Atualizada: Sexta-feira, 01 Dezembro de 2000, 19h09

São Paulo - Sem Carlos Bianchi, do Boca Juniors, cuja contratação ficou inviável depois do título da Copa Intercontinental de Clubes conquistada sobre o Real Madrid, em Tóquio, crescem no Corinthians as chances de Oswaldo de Oliveira retornar ao comando do time. Antonio Roque Citadini, vice-presidente de futebol do Corinthians, disse na manhã desta sexta-feira que acompanha com interesse os desentendimentos entre o atual técnico do Vasco e Eurico Miranda, presidente eleito do clube carioca.

"O Oswaldo e o Eurico estão se pegando todos os dias. Eu nunca escondi que, se fosse dirigente do Corinthians na época, não deixaria o Oswaldo sair do clube. Ele só saiu porque o Carlos Nujud (o Ney, diretor remunerado do alvinegro) se curvou às pressões da Gaviões da Fiel. Só não posso dizer que estou conversando com o Oswaldo. Afinal, ele tem contrato com o Vasco e está disputando duas competições, a Copa Mercosul e a Copa João Havelange", afirmou Citadini, deixando claro que só vai esperar o final da participação do Vasco nas duas competições para tentar a volta do treinador ao clube.

Oswaldo de Oliveira tem o perfil ideal que Citadini procura. Não é centralizador, é um homem de diálogo e, o que é mais importante, tem a preferência da maioria dos jogadores do elenco corintiano. Com Oswaldo, ficaria fácil para Citadini colocar em execução suas idéias de repartir o poder no departamento de futebol do clube. Citadini voltou a afirmar, porém, que sua maior preocupação no momento é contratar um gerente de futebol. E não esconde que está encontrando obstáculos para achar o profissional capaz de mudar a mentalidade do futebol corintiano.

"Não está fácil. Vou falar uma coisa que eu nunca falei com nenhum jornalista. Essa pessoa que quero para ser gerente de futebol do Corinthians não pode ser muita viciada no meio, não pode ser comprometida. Sinceramente eu estou horrorizado com o que eu tenho ouvido nas conversas com os candidatos. A pessoa fala uma coisa comigo, depois fico sabendo que ela tem comprometimento com empresários, enfim, com gente acostumada a levar vantagens", afirmou.

A questão salarial também tem sido um empecilho na busca do gerente. Acostumados a ganhar ordenados astronômicos, muitas vezes acima dos R$ 150 mil, os profissionais exigem as mesmas cifras para assumir o cargo no Corinthians. "Este é um problema, eu não quero pagar demais", avisa o dirigente, que já deixou bem claro que o gerente que aceitar o emprego não vai ter plenos poderes no clube. "Ele não vai ter carta branca para trabalhar. Tem de ser um homem de diálogo. Eu também não tenho carta branca no clube para fazer o que quiser", disse.

O novo gerente terá de ser sensato o suficiente para não querer ser o todo-poderoso do clube e terá o respaldo para não ter de ficar passando a mão na cabeça dos jogadores. "Eu não quero ninguém aqui para ficar abafando tudo, um abafão", avisa.

Agência Estado


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