Rio - A performance da delegação brasileira nos Jogos
Olímpicos de Sydney dominou as discussões no segundo dia de debates do Fórum
Brasil Esporte, que termina neste sábado, em Londrina, no Paraná. Para o
iatista Lars Grael, o momento vivido pelo esporte nacional é muito
importante.
“Hoje, analisando o que ocorreu, vemos que o suposto mal desempenho teve o
seu lado positivo, no sentido de que acabou levando à maior divulgação do
esporte paraolímpico”, disse.
Ele acredita que se os atletas brasileiros tivessem obtido as mesmas 15
medalhas que conquistaram em 1996, em Atlanta (EUA), talvez não tivessem
surgido tantos questionamentos, o que é saudável e necessário para que haja
mudanças.
“Esquecemos que estar nas Olimpíadas já é uma grande conquista, ser um
finalista é a glória, ser um medalhista é um sonho”, completou.
Grael lembrou ainda que o suposto fracasso de Sydney, foi, ainda assim, o
segundo melhor desempenho brasileiro em Olimpíadas, com 12 medalhas no
total.
“O resultado só não foi melhor do que o de Atlanta”, afirmou, ressaltando
que ao longo de 100 anos de jogos, o país conquistou ao todo 66 medalhas,
sendo que 27 destas apenas nas duas últimas edições.
O iatista falou também sobre um dos cominhos que vêm sendo estudados pelo
Governo para alavancar o esporte nacional, que é o incentivo ao apoio da
iniciativa privada, através da redução de tarifas (isenção fiscal).
O ex-atleta Marcus Vinicius Simões de Freire, que já integrou a Seleção
Brasileira de Vôlei, traçou, em sua palestra, um paralelo entre os
resultados obtidos nas duas últimas Olimpíadas: em Atlanta o Brasil competiu
em 19 modalidades e conquistou 15 medalhas em nove esportes diferentes.
Em
Sydney foram 24 modalidades com a participação de brasileiros, que
conseguiram 12 medalhas em 8 esportes distintos.
A quinta-feira teve também a conferência de Vital Severino Neto,
secretário-geral do Comitê Paraolímpico Brasileiro. - Estivemos pela
primeira vez em uma paraolimpíada em 1972, mas só entramos na competição de
forma mais organizada a partir do início da década de 80 - disse, lembrando
que o Comitê Paraolímpico foi criado apenas em 1995.