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São Paulo abaixa salário e Levir deixa o clube
Sexta-feira, 01 Dezembro de 2000, 23h09
Atualizada: Sábado, 02 Dezembro de 2000, 12h27

Agência Estado

São Paulo - Levir Culpi não é mais o técnico do São Paulo. Nesta sexta-feira, o treinador desligou-se do clube por não ter acertado um novo contrato. Seu compromisso com o Tricolor terminaria no dia 31 de dezembro.

A diretoria queria reduzir o salário de R$ 160 mil mensais para R$ 80 mil e ele não aceitou. Para seu lugar, o nome mais cotado é o de Nelsinho Baptista, atualmente na Ponte Preta.

Na tarde desta sexta, o empresário de Levir, Luiz Taveira, foi chamado pelo diretor de Futebol José Dias e pelo presidente Paulo Amaral para iniciar uma discussão. A conversa não foi para a frente quando os dirigentes disseram que não pagariam mais do que R$ 80 mil. Levir ficará em São Paulo até terça-feira para ir ao casamento do goleiro Rogério Ceni com a psicóloga Sandra, na noite de segunda. Na próxima semana, ele viaja para Curitiba para ficar com a família.

Sairão com Levir seu auxiliar técnico e cunhado, Luiz Roberto Matter, e o supervisor de Futebol Gilberto Moraes. O preparador-físico Carlinhos Neves e o assistente técnico Milton Cruz serão mantidos no clube. O restante da comissão técnica também deverá permanecer.

Levir chegou ao São Paulo no fim do ano passado e iniciou o trabalho em janeiro. Conquistou o Torneio Constantino Cury e o Campeonato Paulista, além de ter sido vice-campeão da Copa do Brasil. Nesse tempo, passou por alguns momentos difíceis. Em março, desentendeu-se com advogados do clube e, em outubro, chamou o ex-presidente José Augusto Bastos Neto de burro. Durante o ano, também teve alguns problemas com a imprensa. Levir receberá ainda o salário de dezembro, pois seu contrato termina no dia 31.

O próprio treinador e a diretoria preferiram, no entanto, não anunciar o fim da era Levir nesta sexta.

"Até terça-feira no máximo teremos uma definição", afirmou Levir, acompanhado de José Dias. O objetivo era não causar um impacto logo no dia seguinte à eliminação do time na Copa João Havelange. Mas, conforme antecipou a Agência, o treinador não permaneceria no clube caso não conquistasse o título, como não conseguiu, está saindo.

Nelsinho Baptista só não foi contratado ainda por causa de um impasse financeiro. Caso rescinda o contrato com a Ponte, ele teria de devolver ao clube de Campinas os R$ 450 mil que recebeu de luvas no início do semestre. Ele aceitaria voltar a trabalhar no Morumbi - foi campeão paulista com o São Paulo em 1998 -, mas com a condição de que a diretoria tricolor pague os R$ 450 mil à Ponte. Seu salário em Campinas não supera os R$ 100 mil, valor que o São Paulo aceita pagar. Dario Pereyra, que vinha sendo cogitado para assumir o cargo, foi descartado. Alguns conselheiros vetaram o ex-zagueiro. Dario treinou o São Paulo em 1997 e início de 98.

Os jogadores entram em férias neste sábado e retornam apenas no dia 3 de janeiro. Na semana que vem, a diretoria vai definir se Marcelo Ramos, Pimentel e Beto permanecem para 2001 ou se deixam o clube. O contrato de empréstimo do passe deles termina no fim do mês. Alguns, como o zagueiro Nem, o volante Sídnei, o meia Adriano e os atacantes Reinaldo e Aristizabal, podem retornar.

Agência Estado


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