Campinas - Os ex-atacantes da seleção brasileira, Careca e Edmar, garantem que na próxima quinta-feira, quando serão ouvidos pela CPI da Nike, conseguirão eliminar todas suspeitas sobre o suposto envolvimento na liberação de passaportes falsos para jogadores brasileiros atuarem na Europa.
Os dois, que atualmente são sócios numa academia de esportes em Campinas, também aparentam tranqüilidade quanto à provável quebra de seus sigilos bancários, pedida pelo deputado Pedro Celso (PT-DF), que integra a CPI. "A quebra de sigilo não mostrará nada, porque não devemos nada", disse Edmar. "Somos duas pessoas de passado limpo".
Edmar não revelou como pretende convencer os parlamentares de que ele e Careca são inocentes, mas garantiu que tudo será esclarecido durante o depoimento dos dois, marcado para quinta-feira em Brasília. "Vamos até lá sem nenhum problema", disse.
Embora aparente tranqüilidade, Careca tem evitado a imprensa. Nesta segunda-feira, por exemplo, ele desligou o celular e passou a tarde fechado no escritório de sua academia, o Careca Sport Center. Segundo a secretária, o ex-atacante manteve contatos telefônicos com a Itália. Edmar, porém, que convive com o sócio diariamente, garante que "está tudo bem".
O deputado Pedro Celso garante que, em viagem à Europa, conseguiu reunir documentos sobre a participação de Careca, Edmar, e do presidente do Clube União São João, José Mário Pavan, na venda do passe de Jedaias Capucho, o Jeda. O jogador, que possui um passaporte falso, joga atualmente no Clube Vicenza, na Itália. "Lamento que tenham levantado essa suspeita sem apresentar provas concretas", disse Edmar.
Para o ex-atacante, a CPI se precipitou em divulgar informações sobre suspeitas que ainda não foram confirmadas. "Estão denegrindo o nome de duas pessoas", avaliou. Mesmo assim, Edmar disse que o trabalho da CPI deve prosseguir. "Quem tem culpa terá de pagar mesmo".