Curitiba - O presidente da Confederação Brasileira de Ciclismo (CBC), José George Breve, está sendo acusado de mais uma irregularidade no comando da entidade. Desta vez, ela parte do presidente da Federação Gaúcha de Ciclismo, Rogério José Scheidt. Ele afirma que a entidade estadual tem direito a R$ 24 mil reais referentes à contribuição dos bingos do seu estado para a CBC, e que o dinheiro não foi repassado.
“Firmamos um convênio em janeiro de 1999, no qual os bingos Praça XV e Central, aqui do Rio Grande do Sul, destinariam verba para a CBC. Do total desta verba, 40% seriam repassados à Federação Gaúcha. Mas, olhando os comprovantes de depósitos realizados pelos bingos à entidade, percebemos que a Confederação arrecadou R$ 85 mil e nos repassou apenas R$ 9,7 mil dos R$ 34 mil que tínhamos direito”, explicou Scheidt.
Ainda segundo o presidente da Federação Gaúcha, todas as cláusulas do convênio que diziam respeito à entidade estadual foram cumpridas. As clausulas vão desde a manutenção de uma conta bancária exclusiva para os recursos deste convênio até a fiscalização dos repasses feitos à CBC.
“Mandamos mensalmente a prestação de contas dos recursos repassados, compreendendo o extrato da movimentação bancária exclusiva dos repasses, relatório das atividades desenvolvidas com os recursos repassados e os comprovantes de despesas originais como notas fiscais, fatura, recibo ou similar, de acordo com a legislação. Cumprimos a nossa parte. Fiscalizamos para ver se os bingos estavam repassando todo o dinheiro combinado, mas a contrapartida da Confederação não aconteceu”, acusa o dirigente.
Pelos extratos bancários, os únicos repasses realizados pela CBC à Federação Gaúcha foram nos meses de fevereiro, março, agosto e outubro do ano passado. “Como o convênio não vinha sendo respeitado por parte da Confederação, os bingos não quiseram renovar o contrato para o ano de 2000”, disse Scheidt, explicando que os bingos procuraram outra entidade esportiva para repassar os recursos.
A lei 9981, que regulamenta o funcionamento dos bingos, determina que 7% do faturamento dessas casas sejam destinados para uma entidade esportiva, neste caso a CBC. O acordo entre a entidade nacional e a estadual visava uma divisão desses recursos.
A reportagem da Agência Estado tentou localizar o presidente da Confederação Brasileira de Ciclismo, José George Breve, mais conhecido como Passarinho, para comentar as acusações, mas ele não foi encontrado.
Passarinho também vem sendo acusado de desvio de verba, falsidade ideológica, estelionato e apropriação indébita (veja notícias relacionadas). A procuradora Geral da República, Janice Agostinho Barreto Ascari, a mesma que investiga o caso do juiz Nicolau dos Santos Neto – já solicitou à Polícia Federal um inquérito para averiguar as denúncias.