São Paulo - Gustavo Kuerten é o tenista número 1 do mundo, mas as redes de tevê aberta do Brasil a televisão aberta brasileira têm como prato principal para seus telespectadores programas com shows e comédias, em vez de mostrar o maior ídolo do esporte do País ao vivo.
Kuerten tornou-se o primeiro sul-americano a encabeçar o ranking mundial neste fim de ano, batendo Andre Agassi no Masters de Lisboa, no domingo.
Quando a final começou, líderes de audiência como Globo e SBT não mostraram o evento.
Somente aqueles que têm tevê a acabo puderam ver o brasileiro, agora é esportista número 1 do do País, coroando um ano magnífico ganhando sets perfeitos.
Foi a mesma história o ano inteiro. Fernando Pratti, assessor da Confederação Brasileira de Tênis, a CBT, disse que era uma batalha perdida tentar persuadir as redes de tevê aberta a mostrar tênis, mesmo quando um brasileiro está conquistando o mundo.
Pratti disse também que a Globo comprou direitos exclusivos de Wimbledon deste ano mas não mostrou nenhum jogo ao vivo. Mostrariam apenas se Kuerten tivesse ido à final.
"A Record à vezes compra direitos de torneios, mas também não costumam mostrar os jogos. Preferem mostrar programas para donas de casa."
Segundo o assessor, poderia haver uma mudança no futuro, por causa do reconhecimento do esporte e do ídolo.
Kuerten é o mais bem sucedido tenista do Brasil desde Maria Esther Bueno, em 1960, e muitos imaginam se o esporte teria outra chance de crescer em meio a seus 160 milhões de habitantes.
"O tênis brasileiro está crescendo exclusivamente por causa do Guga. Ele é o maior ídolo do esporte no Brasil no momento", comentou Pratti.
O tênis segue restrito como atividade de uma pequena parte da classe média, com a maioria das quadras em clubes fechados.
Exceções incluem a cidade natal de Kuerten, Florianópolis, onde quadras estão sendo improvisadas em qualquer espaço. Também existe um projeto para se ensinar tênis a crianças em uma das mais famosas favelas do Rio de Janeiro.
Pelo menos os jornais foram generosos. Os maiores, de São Paulo e Rio de Janeiro, estamparam fotografias de um Kuerten triunfante em suas primeiras páginas.