Belo Horizonte - Em 99, o Cruzeiro vendeu o zagueiro João Carlos ao Corinthians por US$4 milhões. Cris veio do clube paulista como contra-peso na negociação. Chegou à Toca da Raposa por baixo. Completamente desacreditado. “Ninguém acreditava em mim. Eu mesmo fiquei confuso. Minha cabeça girava e eu só pensava no pior”, admite ele.
Hoje, no entanto, a realidade é outra: João Carlos está por baixo no Corinthians e Cris é um dos ídolos do Cruzeiro. Ao lado do argentino Sorín, do apoiador Ricardinho e do atacante Geovanni, é um dos queridinhos da torcida: “Essa volta por cima é uma vitória pessoal que guardo no meu coração”, afirma o zagueiro.
Cris não se preocupa em esconder a mágoa que sente do Corinthians, clube no qual iniciou a sua carreira e atuou por 10 anos: “Aprendi a amar o Corinthians, mas saí de lá desvalorizado e magoado”, lembra, ainda com o coração ferido.
O sucesso no Cruzeiro não veio rapidamente. Depois de alternar boas e más atuações em 99, Cris passou por momentos ruins no primeiro semestre deste ano: “Quando o Marco Aurélio era o técnico, cheguei a não ser relacionado. Pedi até para ser negociado”.
Mas, após a chegada de Luiz Felipe Scolari, Cris ganhou moral e o seu futebol cresceu. O treinador não poupa elogios ao zagueiro: “Para o Cris, não tem bola perdida. Merece novas oportunidades na Seleção”, opina Luiz Felipe.
Neste sábado, às 10h30min, Cris irá a São Paulo para acompanhar o nascimento de Igor, o seu segundo filho com a esposa Alexsandra: “O Felipão me liberou para acompanhar o parto. Estou muito feliz com a vinda de mais um filho, mas confesso que vou tremer lá. Vai ser duro ver um rasgo na barriga da Alexsandra”, declara, o zagueiro, que garante estar sentindo o cheiro do título.
“Temos de tomar cuidado, mas o nosso time está bem fechado e estamos cientes de que vamos lutar muito por esse título”.