Vaticano - O Papa João Paulo II convidou nesta segunda-feira uma delegação da Federação Internacional de Futebol, reunida em Roma, a dar prosseguimento a tarefa de "guardiã do verdadeiro espírito do futebol, e a lutar contra a violência".
"Desejo com fervor que a Fifa continue abordando o problema da violência em todos os níveis porque o mau uso da força é prejudicial ao jogo", afirmou durante uma visita ao Vaticano de alguns integrantes da Fifa. "Vocês têm em mãos um poder imenso e devem utilizá-lo para o bem da família humana", acrescentou.
O Papa afirmou que eles não eram simples administradores, devendo também ser "educadores" para que o futebol possa espalhar "valores mais altos, tais como a lealdade, a amizade e o espírito de equipe", principalmente numa época na qual "o jogo se transformou em indústria global".
O Santo Padre destacou as iniciativas de caridade da Fifa, mas também preveniu a Federação contra o risco de que o futebol contribua para a difusão "de uma cultura de egoísmo e de controvérsia".
Precisou que, como esporte divulgado entre povos que pertencem a diferentes etnias, raças e economias, o futebol é "um meio excelente de promover a solidariedade de que tanto necessita este mundo devastado pelas tensões étnicas e raciais".
A Campanha Fair Play da Fifa, acrescentou, "é um sinal positivo da vontade de tirar proveito deste esporte para criar um clima de respeito e de compreensão entre os povos".
Em breve discurso de apresentação da Fifa, o presidente Joseph Blatter, acompanhado por todos os dirigentes da Federação, precisou que o futebol "reúne todos os povos do mundo sem diferença de raça, cultura, religião nem nível social num grande movimento de solidariedade, no qual os que recebem mais dividem com aqueles que recebem menos".