Rio de Janeiro - Apesar de estarem enfrentando uma maratona de jogos desde o início do semestre, os jogadores do Vasco só decidiram se mobilizar contra o problema quando o time chegou à final da Copa Mercosul. O Sindicato do Atletas Profissionais do Rio só recorre à Justiça do Trabalho quando é procurado pelos atletas de um clube, o que só ocorreu no início desta semana.
Nas últimas duas semanas, a lei trabalhista foi desrespeitada por duas vezes, quando o Vasco jogou na terça-feira e na quinta-feira. Os jogadores do Vasco, no entanto, não tomaram nenhuma atitude contra isso. Por isso, fica claro que a iniciativa partiu do presidente eleito Eurico Miranda, que desejava postergar a partida, mas não tinha condições legais para fazê-lo. "Só tentamos o adiamento quando os jogadores vêm até nós pedindo que a lei seja cumprida", explicou o presidente do sindicato carioca, Alfredo Sampaio. "A lei é sempre desrespeitada, mas os atletas têm de se mobilizar."
Representante dos jogadores vascaínos, Romário alega que o desgaste aumentou no fim do semestre. "Já que ninguém ouve as nossas reclamações, decidimos tomar uma providência", afirmou. "Não será nem o primeiro nem o último episódio como esse." Em 1998, o Vasco também conseguiu o adiamento de uma partida contra o Palmeiras utilizando a mesma lei. Na ocasião, como deve acontecer desta vez, o jogo não foi realizado por causa de uma liminar.
Romário, porém escorregou ao escolher uma nova data. "Poderia ser na sexta-feira", disse, esquecendo que o Vasco jogará no domingo, o que novamente não estaria dentro da lei, que garante as 66 horas de intervalos entre os jogos. "Aqueles que não se pronunciaram, têm de se pronunciar algum dia", apoiou o técnico do time carioca, Oswaldo de Oliveira. "Essa atitude dos jogadores deveria ter sido tomada há muito tempo." O próprio treinador lembrou que nas últimas duas semanas o Vasco jogou, por várias vezes, com intervalos de 48 horas.